26/08/2022 às 15h48min - Atualizada em 28/08/2022 às 00h01min
Agosto Dourado - Amamentação promove e protege a saúde de crianças e mulheres
Artigo de Renata Lima, doutora em microbiologia, analista da Target Medicina de Precisão
SALA DA NOTÍCIA Marcella Carvalho
Renata Lima, doutora em microbiologia, analista da Target Medicina de Precisão
Divulgação A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno até dois anos de vida da criança, sendo de forma exclusiva até 6 meses. A meta da organização é atingir 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo até 2025 e 70% até 2030. No Brasil, o índice na primeira hora de vida é de 62%, a prevalência para menores de 2 anos é de 60% e a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida é de 45,8%. O Agosto Dourado, mês de conscientização sobre o tema, é a oportunidade de fortalecer a prática e mostrar o quanto esse alimento é extremamente importante, uma vez que protege a saúde das crianças e das mulheres.
O leite materno é considerado um alimento padrão ouro devido à sua composição, daí o nome Agosto Dourado. Por ser completo, supre todas as necessidades nutricionais da criança até o sexto mês de vida, além de conter em sua composição anticorpos que protegem as crianças de possíveis infecções. Durante o primeiro ano de vida, mesmo após a introdução de novos alimentos, a amamentação ainda é responsável pela maior parte dos nutrientes ingeridos pela criança. E, no segundo ano de vida, o leite materno continua sendo uma importante fonte de nutrientes e proteção à saúde do bebê. É um alimento único e não possível, ainda, de ser replicado, apesar dos esforços do mercado, completo e se ajusta às necessidades de cada fase da criança. Rico em vitaminas, minerais e possui fatores de crescimento que sustentam o desenvolvimento saudável, fundamentais na primeira infância.
Estudos indicam que o aleitamento materno também está relacionado ao desenvolvimento intelectual das crianças. Diminui as possibilidades de surgirem alergias e problemas respiratórios e, também, protege contra doenças que podem surgir ao longo da vida, como obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto e, até mesmo, o diabetes. O ato de sugar no peito auxilia no desenvolvimento dos músculos da face e formação adequada dos dentes, contribuindo para o aprimoramento da fala e sistema respiratório. A amamentação contribui substancialmente para a redução da morbidade e mortalidade em crianças menores de 5 anos de idade. Em relação à mãe, os benefícios da amamentação incluem menor risco de câncer de mama e de útero, redução do risco de diabetes tipo 2, melhora da autoestima e bem estar mental, uma vez que o ato de amamentar possibilita o contato olho no olho e pele a pele, liberando hormônios que promovem a sensação de amor e estreitam o vínculo mãe e filho.
A disseminação do conhecimento sobre a importância da amamentação, juntamente com leis que protejam a amamentação, à implantação de salas de amamentação e creches nas empresas públicas e privadas são exemplos de ações práticas que possibilitam a continuidade da prática. Promover, proteger, incentivar e apoiar a amamentação é um dever de todos.