A diverticulite é uma doença multifatorial, sem uma causa única para o seu surgimento. Ela acontece quando os divertículos (pequenas “bolsinhas” na parede do intestino) ficam inflamados ou infectados, podendo apresentar pus ou perfuração e é mais comum nas pessoas que tenham constipação, obesidade, que sejam sedentárias, fumantes e acima de 40 anos.
“Uma das teorias para o desenvolvimento da diverticulite é que dietas pobres em fibras contribuem para o desenvolvimento dos divertículos, já que essa é uma das principais causas da constipação. Quando o intestino não funciona corretamente, há um aumento da pressão no interior do órgão formando pequenas bolsinhas na luz intestinal. O acúmulo de restos de fezes nesses locais é o que provoca inflamação”, explica o proctologista Dr. Danilo Munhóz.
O tratamento varia de acordo com a gravidade de cada paciente. Segundo o Dr. Danilo, normalmente casos diagnosticados precocemente podem ser tratados clinicamente com medicações sintomáticas, antibióticos, dieta leve e mudança de estilo de vida. Em casos mais graves pode ser indicado que haja uma internação e até mesmo cirurgia de urgência.
As crises também fazem parte do quadro dessa doença e ocorrem quando há inflamação dos divertículos, podendo apresentar abscesso (pus) ou perfuração. “A maior causa de inflamação é a presença de fecalitos, pequenas bolinhas de fezes endurecidas, dentro dos divertículos”, completa Danilo. Para evitar que essas crises aconteçam, a principal medida é a mudança na alimentação.
“Aumentar o consumo de fibras com grãos, legumes, verduras e frutas, como mamão, laranja, damasco, alface, rúcula, entre outros; e beber bastante água (2 litros por dia, no mínimo) diminuem os riscos. Não fumar e praticar exercícios físicos também são atitudes que ajudam a prevenir a doença”, afirma o médico proctologista.
Ele ainda diz que pessoas com crise aguda de diverticulite devem evitar o consumo de vegetais crus, frutas com casca, carnes vermelhas e gordurosas, leite, feijão, embutidos, especiarias picantes e bebidas alcoólicas, que podem irritar a parede intestinal.
Um dos maiores mitos sobre a diverticulite é que pessoas com divertículos não podem comer sementes. “Sementes são fibras e, assim, um fator de proteção contra a doença. Nem todos os casos são cirúrgicos, na verdade a minoria dos casos precisa de cirurgia. Durante a crise de diverticulite é contra-indicada a realização de colonoscopia devido ao risco de perfuração intestinal. Devemos realizar o exame 6 semanas após a crise aguda”, conclui Danilo.
Dra. Aline Amaro e Dr. Danilo Munhóz - Proctologistas | @duoprocto
Aline Amaro
Coloproctologista com residência médica em Coloproctologia e em Cirurgia Geral no Hospital de Base de São José do Rio Preto-SP. Graduada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Danilo Munhóz