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02/09/2022 às 16h56min - Atualizada em 03/09/2022 às 00h01min

Avanços, números e troca de informações

II Congresso de Oncologia da Afecc-Hospital Santa Rita amplia discussão sobre tratamento do câncer em seu 2º dia de debates

SALA DA NOTÍCIA CIleide Zanotti

Cileide Zanotti
As estatísticas, os avanços, as novidades e o acesso ao tratamento do câncer foram a tônica do segundo dia de debates do II Congresso de Oncologia da Afecc-Hospital Santa Rita, no Centro de Convenções de Vitória. Entre os temas do dia estavam os relacionados ao câncer de boca e de orofaringe, à epidemiologia do câncer no Espírito Santo, à toxidade gastrointestinal - efeito adverso no tratamento oncológico, à estratégia para a preservação da fertilidade no câncer ginecológico, entre outros.

Nas apresentações e debates também foram abordados a reabilitação do paciente laringectomizado, a evolução da cirurgia minimamente invasiva no câncer ginecológico e o controle do estresse como forma de melhorar a saúde. Este último tema foi abordado na Oficina (DES)estresse, realizado como parte do Seminário de Voluntários da Afecc, que compôs a programação do Congresso. A oficina foi aplicada pela médica Regina Chamon (SP).



Câncer de boca
O câncer na cavidade oral e na orofaringe, o que inclui toda a região da boca como gengivas, língua, base da língua, palato mole, amígdalas e garganta, vem aumentando com a incidência da infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). Grande número de casos está ocorrendo em jovens de ambos os sexos devido à prática de sexo oral desprotegido e de relações sexuais com múltiplos parceiros.


As formas de tratar esse tipo de câncer, as mutilações causadas pelo tratamento em fase tardia, ou seja, quando o paciente procura o médico em fase avançada da doença, foram abordados pelos especialistas Dr. José Roberto de Podestá (ES) e Dr. Marco Kulcasar (SP) - Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).

Dr. Podestá falou para um auditório com muitos cirurgiões dentistas, sobre a importância deles na identificação de lesões potencialmente cancerígenas. Ele apresentou imagens e discorreu sobre formas de identificar essas lesões. Os pacientes com pequenas lesões superficiais, com até dois centímetros e descobertas no início, chegam a 90% de chances de cura. Os casos mais graves, com lesões acima de quatro centímetros, são bem mais difíceis de tratar e as chances de cura caem para menos de 10%.

Dr. Kulcsar abordou o câncer na orofaringe, também para esse auditório com muitos profissionais de áreas afins e agentes de saúde, alertando, também para a importância do diagnóstico precoce. O Presidente da SBCCP considerou muito positivo o fato de o Simpósio ter reunido agentes de saúde, dentistas e demais profissionais que atuam na prevenção e na detecção do câncer de cabeça e pescoço. “Com essa disseminação a gente orienta o que é o câncer nessa região do corpo e ajuda a diagnosticar a doença cada vez mais precocemente. Dessa forma, conseguimos, inclusive, reduzir os custos do tratamento”, avaliou Kulcsar.

A importância da detecção precoce do câncer foi tema também da fonoaudióloga Willene Zorzaneli, que apresentou um estudo sobre o custo do tratamento em pacientes em estágios iniciais e mais avançados do câncer de cabeça e pescoço. Em média, segundo ela, os casos mais leves podem custar para o Estado cerca de R$ 15 mil e os mais avançados podem superar os R$ 113 mil.

Recuperação da voz
O paciente que teve câncer de laringe e comprometeu ou retirou as cordas vocais tem condições de voltar a falar. A voz ficará bastante modificada, mas o paciente conseguirá se comunicar verbalmente.


Dependendo do tipo de tratamento e das condições clínicas do paciente, a reabilitação é feita por meio da voz esofágica, que é uma técnica que utiliza os tecidos naturais do corpo como a nova origem da voz, fazendo com que a pessoa deglute pequenas quantidades de ar a utilize para produzir a voz.

A fonoaudióloga Kadygie Milli Martins (ES), que atua na reabilitação de pacientes laringectomizados no maior complexo oncológico do Espírito Santo, o Hospital Santa Rita, abordou esse tema. Em seu trabalho diário com pacientes laringectomizados, Kadygie possui inúmeros casos de sucesso.

Prova de que a reabilitação da fala é possível, a Afecc -Hospital Santa Rita possui o Coral dos Laringectomizados, formado por pacientes e ex pacientes do Hospital. Parte dos integrantes desse coral se apresentou, na manhã de ontem, na abertura do Congresso, ocasião em cantaram conhecidas músicas brasileiras.


Toxidade gastrointestinal
Doutora em nutrição oncológica, a nutricionista Olívia Galvão de Podestá (ES), abordou os efeitos adversos que o tratamento oncológico pode apresentar no trato gastrointestinal e mostrou as alternativas de alimentação para que o paciente consiga se alimentar e fique mais apto e confortável durante e pós-tratamento.



Robótica
Os procedimentos cirúrgicos realizados por meio de plataformas robóticas voltaram ao debate nesse segundo dia de Congresso. Entre os temas debatidos, a evolução da cirurgia minimamente invasiva no câncer ginecológico ganhou destaque, já que a robótica foi o mais importante avanço na área da cirurgia minimamente invasiva, por proporcionar acesso a procedimentos de alta complexidade, como no câncer ginecológico.


A plataforma robótica permite ao cirurgião mais precisão, por proporcionar visão 3D, maior estabilidade para os movimentos das pinças e materiais cirúrgicos, além de dar ao paciente a possibilidade de recuperação mais rápida e o retorno a suas atividades normais em menor tempo.

O cirurgião oncológico e especialista em cirurgia robótica Dr. Reitan Ribeiro (PR) foi quem abordou esse tema. Ele também falou sobre preservação da fertilidade no câncer ginecológico. Dr. Reitan abordou o papel do cirurgião e a ginecologista Dra. Izabela Rangel (ES) deu a visão do ginecologista na estratégia para a preservação da fertilidade no câncer ginecológico.

A infertilidade é uma das consequências do tratamento do câncer, mas existem alternativas para a preservação da fertilidade. Novas técnicas têm proporcionado esperanças para preservar ou recuperar a fertilidade em meninas e mulheres que são submetidas a tratamentos oncológicos.

Entre as novas técnicas estão o congelamento de embriões, de tecido ovariano, de óvulos e a transposição dos ovários em caso de radioterapia.


Epidemiologia do câncer no ES
Enfermeira Kátia Viana, analista do Registro Hospitalar de Câncer do Hospital Santa Rita e membro do Comitê de Ética em Pesquisa do HUCAM e do Conselho Municipal de Saúde de Vitória, explicou e apresentou as estimativas de casos de câncer no Brasil e no Espírito Santo.


De acordo com ela, os registros constantes no Sistema de Informação de Mortalidade fornecem os subsídios para monitorar e avaliar as ações de controle de câncer. E o Instituto Nacional de Câncer (Inca) oferta as estimativas de casos por ano. De posse desses números podem ser traçadas políticas de ações.

Pelas estimativas do Inca, para cada ano do triênio 2020-2022, surgirão 10.880 novos casos no Espírito Santo, sendo 5.550 em homens e 5.330 em mulheres.  Em Vitória, capital capixaba, a estimativa é de surgirem 780 novos casos (420 em homens e 360 em mulheres). Já no Brasil, a previsão chega a 685.960 novos casos, sendo 387.980 em homens e 297.980 em mulheres.


Controle do estresse como forma de melhorar a saúde
Quando queremos cuidar de nós mesmos, um dos fatores que dificulta é a ausência de tempo. Na correria do dia a dia, somos afetados por pequenas doses de estresse e, quando nos damos conta, já apresentamos sintomas que nem imaginávamos que poderiam ter sido causados pelo estresse.


Dra. Regina Chamon, hematologista, especialista em Medicina Integrativa e facilitadora de meditação (Unifesp e Escola Médica de Harvard), realizou a Oficina (DES)estresse, ocasião em que ensinou práticas de autocuidado que ajudam a amortecer o impacto do estresse, tornando o corpo e as emoções menos vulneráveis, auxiliando em condições de saúde e melhorando a qualidade de vida.

Dra. Regina Chamon tem como abordagem o controle do estresse como forma de melhorar a saúde. Ela entende que é possível cuidar de doenças e restabelecer a saúde por meio de práticas de bem-estar.

Durante a oficina foram abordados: O que é estresse? Como ele atua no corpo? Quais os sinais de que o estresse está afetando a pessoa? Técnica respiratória para promover o relaxamento. Estratégias de adaptação ao estresse e Técnica de meditação.
 


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