Policiais militares do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) e de unidades de apoio ao policiamento na região do Maracanã como o Batalhão de Choque (BPChq), o Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom), o Regimento de Polícia Montada (RPMont), o 6°BPM, entre outros, atuaram também para garantir a entrada dos torcedores com ingresso.
De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, para conter os invasores, as equipes policiais usaram “armamento de menor potencial ofensivo como medida necessária”. Houve muita correria de torcedores que levaram crianças para o estádio na tentativa de proteger os menores do gás lacrimogêneo usado pelos agentes de segurança.
Segundo a secretaria, uma policial militar ferida na mão durante a ação foi encaminhada para atendimento ao Hospital Central da Polícia Militar.
“Nas ações de policiamento, 60 pessoas foram detidas e conduzidas ao Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos no Maracanã”, informou a secretaria.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que o Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos identificou que um grupo de torcedores participou do tumulto, com registros de “tentativas de invasão ao estádio, desobediência e ato libidinoso”. Até o fechamento desta matéria, o TJ não tinha informações sobre o andamento dos casos encaminhados ao Juizado.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) coordenou, durante o jogo, a segunda edição da Operação Cerco Brasil: Competições Desportivas e Grandes Eventos, que juntou tecnologia e inteligência. A pasta informou que foram identificados quatro foragidos, 81 torcedores com ingressos falsos e dois com restrições de impedimento nas catracas do estádio.
O objetivo da operação, segundo o ministro da Justiça, Anderson Torres, é garantir a tranquilidade e a paz de torcedores em eventos desportivos. Torres prometeu levar a operação a outros estados do país.
A Cerco Brasil é coordenada pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi) com apoio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) e conta com o apoio das polícias Federal e Militar do estado do Rio de Janeiro.
A primeira edição da operação ocorreu no jogo entre Fluminense e América de Minas Gerais, no domingo (9). Naquela partida, conforme o ministério, foram identificadas 47 pessoas com documentos falsos, oito com mandado de prisão em aberto e dezenas de torcedores com restrições de impedimento.
Os estragos provocados pelo tumulto se estenderam aos transportes. A SuperVia, concessionária que administra os serviços de trens no Rio de Janeiro, registrou atos de vandalismo no sistema ferroviário tanto na ida quanto no retorno dos torcedores para o Maracanã.
“Seis trens da SuperVia foram afetados diretamente pela ação. Em apenas um deles, foram arrancados 14 visores de porta. Outros 14 visores e duas janelas foram destruídos nas outras composições”, informou a concessionária.
A SuperVia disse que para atender os torcedores e facilitar a viagem de volta para casa, disponibilizou trens extras após o jogo para os ramais Santa Cruz, Japeri e Saracuruna.
A concessionária disse que atos de vandalismo colocam em risco quem utiliza o sistema ferroviário, além de danificar os trens, podendo causar transtornos aos passageiros. “A SuperVia está providenciando os reparos das composições vandalizadas”.
Conforme a SuperVia, nos dias de jogos no Maracanã e no Nilton Santos, estádios próximos à ferrovia, costuma realizar operações especiais no sistema, envolvendo o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) e o efetivo de segurança da SuperVia.
“Os agentes de controle da concessionária não têm poder de polícia e fazem o patrulhamento, sendo orientados a acionar os órgãos policiais do estado sempre que necessário”, disse.
* Matéria alterada às 12h47 para acrescentar informações
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