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24/11/2022 às 16h03min - Atualizada em 25/11/2022 às 00h01min

Governador de São Paulo mente ao acusar ferroviários da CPTM de sabotagem

Nota de Repúdio

SALA DA NOTÍCIA Fernanda de Souza Martins

O governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, candidato à reeleição, mentiu aos eleitores paulistas em entrevista concedida ao telejornal SP1, da Rede Globo, na tarde desta terça-feira (13/9), acusando ferroviários de sabotar a concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, que em janeiro passaram a serem operadas pela ViaMobilidade, desrespeitando de forma grosseira uma categoria que trabalha diuturnamente pelo transporte coletivo regional com qualidade.
“Tivemos muitos problemas na transição para o modelo de concessão, mas vamos manter. Estamos até apurando internamente sabotagem (sic) que ocorreram, porque tivemos – depois da concessão – demissão de milhares de funcionários da CPTM”, acusou, sem provas, o governador. Essa acusação é inverídica. Trata-se de um grave ataque à dignidade de quem trabalha na ferrovia e beneficia a população que depende do transporte para se locomover.
O Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários da Zona Sorocabana manifesta seu repúdio contra o candidato que, mesmo tendo controle sobre a execução do orçamento estadual, pouco fez para investir em melhorar ainda mais a qualidade dos serviços oferecidos à população.

Agora, impactado pelo desempenho ruim na campanha eleitoral, tenta fazer uma concessão de responsabilidades. Que fique bem claro: seu governo, e não os funcionários, é o responsável pelos problemas enfrentados nas linhas 8 e 9 da CTPM.
Mais do que cruel, a declaração de Rodrigo Garcia é irresponsável. Afinal, eventual sabotagem só pode ser feita por quem está dentro dos trens ou das estações. Caso o governador não saiba, este não é o caso dos funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que deixaram seus postos de trabalho – e seguem sem local fixo até hoje – para que a ViaMobilidade pudesse assumir com o seu quadro próprio de funcionários.
Nos últimos anos, em meio à pandemia, que teve impacto sem precedentes na história, os ferroviários não pararam, pois são essenciais para a sociedade. Em São Paulo, porém, não receberam equipamentos de proteção individual adequados para se manter saudáveis durante o período. Famílias perderam entes queridos pela inanição governamental. Frases como as proferidas hoje mostram o descaso de Rodrigo Garcia em relação a essas vidas e ao empenho, sem descanso, de uma categoria que exige apenas uma coisa: respeito.

Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários da Zona Sorocabana
 


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