No calendário anual há uma data exclusivamente dedicada à celebração da segurança na internet, o dia 7 de fevereiro. Mas ele é mesmo necessário? “Na atualidade, a nossa vida está quase integralmente dentro dos ambientes virtuais. São transações bancárias, dados particulares, mensagens pessoais, buscas, compras, senhas. Tudo isso aumenta a necessidade de cuidados com a segurança”, alerta Alberto Jorge, CEO da Trust Control, especialista em cibersegurança.
O Dia da Internet Segura foi instituído em 2004, pelo projeto Safe Borders, da União Europeia, e atualmente é adotado em mais de 180 países, reunindo esforços para tornar a internet um ambiente cada vez mais seguro. Dados recentes comprovam que todas as iniciativas com esse objetivo são relevantes. Em janeiro, um questionário realizado pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, identificou que 93% dos especialistas na área da cibersegurança e 86% dos líderes empresariais acreditam num ciberataque em escala global grave até 2025. De acordo com os entrevistados pela pesquisa, a instabilidade geopolítica global tende a agravar o problema.
No ano passado, a cada três empresas, uma foi alvo de, no mínimo, sete tentativas de ataques hackers em todo o mundo. Na comparação com 2021, houve um aumento de 84% no número de companhias que sofreram alguma invasão. “Os cibercriminosos utilizam, principalmente, falsos e-mails corporativos, links fraudulentos, roubo de credenciais e sequestro de dados. Com esses métodos, eles acabam causando incontáveis prejuízos nos mais diversos segmentos empresariais, desde o financeiro até os de comunicação e de comércio eletrônico”, comenta Alberto Jorge.
Usuários
Ações criminosas no ambiente virtual também afetam os usuários comuns, haja vista o aumento exponencial de golpes aplicados através de aplicativos de mensagens, além do gigantesco vazamento de dados: quase 500 milhões de usuários desses aplicativos tiveram seus dados expostos em um fórum de hackers no ano passado.
“No cenário atual, a responsabilidade dos gestores de segurança das empresas é cada vez maior. Eles precisam conscientizar a direção das companhias a investir em ferramentas de proteção e incentivar a cultura de segurança dentro das instituições, a partir dos colaboradores”, recomenda Alberto Jorge.
De acordo com o CEO da Trust Control, para todos os casos continuam valendo as já conhecidas, mas sempre eficientes, orientações. “Certos procedimentos devem fazer parte do nosso dia a dia, como o de usar senhas fortes, formadas por letras, números e caracteres especiais, trocá-las periodicamente e ter uma atenção redobrada com os cliques em links duvidosos e mensagens de pessoas desconhecidas”, orienta o especialista. “Essas ações são fundamentais para que não apenas a internet, mas toda a nossa vida se torne cada vez mais segura”, garante Alberto Jorge.