A pedido dos catadores, o programa recebeu o nome de Diogo Sant'ana, que faleceu em 31 de dezembro de 2020, aos 41 anos de idade, ao sofrer uma descarga elétrica após encostar em uma cerca energizada, em Florianópolis. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu ainda no local.
Hoje relançamos o Pró-catador homenageando Diogo Sant’ana. O Diogo não está mais entre nós, mas seus frutos estão. Uma pessoa que tinha o coração do tamanho do dele, não morre nunca. Companheiros catadores, quando pensarem em desistir, pensem no Diogo.
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— Lula (@LulaOficial) February 13, 2023
De acordo com a secretaria-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, Diogo Sant'Anna foi uma pessoa que "deu voz, dentro do Palácio do Planalto, para um segmento social que não está organizado, não tem representação política no Congresso Nacional".
"É um segmento social muito fragilizado e ele passou a ser uma voz dentro do Palácio do Planalto para que os direitos dos catadores fossem efetivados e se tornassem um segmento realmente presente e valorizado no processo da cadeia da reciclagem", explicou Fernanda.
Diogo foi advogado do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis e o responsável pelo Marco Legal das Organizações Sociais. Fez doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e concluiu o mestrado em Administração Pública em Harvard, na Kennedy School of Government. Sant'Anna foi um dos idealizadores do Natal dos Catadores, realizado desde 2003 com a presença do presidente Lula.
“O Diogo é um menino da periferia de São Paulo, da zona sul, que cresceu criado pela mãe solteira, que era professora de escola pública. Ele cresceu em uma casa de um quarto, que dividia com a mãe e com a avó. E essa infância, na periferia, foi uma coisa muito marcante na trajetória de quem ele viria a ser como homem e como gestor público, como ativista”, contou a diplomata Livia Sobota, viúva de Sant'Anna.
O programa lançado hoje é uma atualização do antigo Programa Pró-Catador, extinto em 2020. A proposta do programa é recolocar os catadores como atores centrais na cadeia de reaproveitamento de materiais recicláveis e reutilizáveis e realizar uma mudança no modelo atual de economia circular e logística reversa do país.
O Pró-Catador foi criado durante o segundo governo do presidente Lula, em 2010, e reunia ações de apoio a trabalhadores de baixa renda que se dedicavam a coletar materiais reutilizáveis e recicláveis. Em 2020, o programa foi extinto e, agora, com a recriação, será rebatizado.