Estou estarrecido com a informação de que a Petrobras anunciou, nessa sexta-feira (08/10), reajuste no preço da gasolina e do gás de cozinha (GLP), para suas distribuidoras, a partir de sábado (09/10). O aumento será de 7,2% em cada produto.
É um absurdo saber que o preço da gasolina aumentou, até setembro de 2021, 39,6%, e o botijão de gás avançou 34,67%. Essas informações são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA).
O principal responsável pelo aumento é a mudança da política de preço da Petrobras, realizada na gestão do presidente Michael Temer, em julho de 2017, e mantida por Jair Bolsonaro.
A gasolina, o diesel e o gás de cozinha estão sendo vendidos com preço baseado no dólar. A Petrobras tem a capacidade de abastecer todo mercado nacional e colocar um preço justo. Mas isso não é feito, pois a prioridade é os interesses do mercado internacional e os acionistas da estatal.
Conforme informações da própria Petrobras, o lucro líquido da estatal, no segundo trimestre de 2021, foi de R$ 42,9 bilhões.
Não podemos mais tolerar esse descaso para com o consumidor. Quem mais sofre é a população vulnerável. Diversas pessoas estão utilizando lenha e carvão para cozinhar.
A Petrobras tem em seu regimento o dever de tomar decisões visando não apenas o retorno financeiro dos acionistas, mas considerando a responsabilidade social que possui, conforme estabelecem os artigos 219 e 170 da Constituição Federal de 1988.
Assim, a empresa, principal sociedade de economia mista do país e verdadeiro patrimônio nacional, não pode ser contrária aos interesses sociais e coletivos do povo brasileiro.
Weslley Cabeção
Empresário do ramo de gás e presidente da Câmara Municipal de Trindade