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18/05/2023 às 15h56min - Atualizada em 19/05/2023 às 00h01min

Deputado Delegado da Cunha é escolhido como titular da CPI das Apostas Esportivas

Da Cunha é escolhido para titular por ser ex-atleta da Seleção Brasileira de Judô e reconhecimento pelo combate ao crime organizado como Delegado da Polícia Civil de São Paulo

SALA DA NOTÍCIA Alexandre Ferreira
S4 COMUNICAÇÃO
Arquivo Progressistas


São Paulo, 18 de maio de 2022 - A Câmara dos Deputados anunciou na última quarta-feira (17) os membros que comporão a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das apostas esportivas, responsável por investigar a manipulação de jogos de futebol no Brasil para benefício de apostadores. Dentre os selecionados para compor a comissão, destaca-se o Deputado Federal Delegado da Cunha (PP-SP) como titular.

Com um histórico marcante como delegado de polícia e seu trabalho no combate ao crime organizado, Delegado da Cunha conquistou reconhecimento por suas diversas prisões de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e sua atuação na desarticulação da facção criminosa. Agora, como deputado federal eleito por São Paulo, ele traz sua experiência e expertise para contribuir com as investigações relacionadas à manipulação de resultados no mundo das apostas esportivas.

A CPI das apostas esportivas foi instaurada devido à investigação conduzida pelo Ministério Público de Goiás, que deflagrou a Operação Penalidade Máxima em fevereiro deste ano. A operação tem como objetivo apurar a manipulação de jogos na Série B do Campeonato Brasileiro de 2022, e seus desdobramentos revelaram a influência do grupo criminoso em partidas da Série A também.

O Deputado Júlio Arcoverde (PP-PI) foi eleito presidente da CPI, e o Deputado Felipe Carreras (PSB-PE) assumiu a relatoria dos trabalhos. O objetivo da comissão é investigar a fundo os casos de fraude nas apostas esportivas, ao mesmo tempo em que se discute a regulamentação do setor, em paralelo.

O governo federal já tomou medidas para combater a manipulação de jogos e taxar as empresas de apostas esportivas eletrônicas. Uma medida provisória, enviada pelo Ministério da Fazenda à Casa Civil, propõe a taxação de 16% sobre o GGR (Gross Gaming Revenue), que considera a receita bruta dos jogos.

Com a nomeação do Delegado da Cunha como titular da CPI das apostas esportivas, a expectativa é que sua vasta experiência no combate ao crime organizado e suas prisões de líderes do PCC possam contribuir significativamente para o esclarecimento dos casos de manipulação de jogos no Brasil. A comissão se dedicará a investigar os envolvidos, identificar as estratégias utilizadas e propor medidas para evitar que tais fraudes ocorram no futuro.

A CPI das apostas esportivas se torna um importante passo para garantir a integridade do esporte e a confiança dos torcedores e apostadores, visando a preservação da ética e da justiça nas competições esportivas do país.

Operação Penalidade Máxima revela manipulação de jogos no futebol brasileiro

Além da criação da CPI das apostas esportivas, é importante ressaltar a relevância da investigação que resultou na descoberta de casos de manipulação de jogos no futebol brasileiro. A operação Penalidade Máxima, iniciada em novembro de 2022 após uma denúncia feita por Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova Futebol Clube e policial militar, revelou a existência de um esquema voltado para atender aos interesses de apostadores.

O clube sediado em Goiânia (GO) identificou a manipulação de três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro, nas quais jogadores foram subornados para influenciar os resultados em benefício dos envolvidos nas apostas. Um dos casos mais destacados foi o envolvimento do volante Romário, jogador do próprio Vila Nova, que recebeu ameaças após não cumprir um acordo que lhe renderia um pagamento de R$ 150 mil.

A investigação, que se desdobrou em duas fases, desencadeou ações coordenadas em diversos estados do país. Na primeira fase, deflagrada em 14 de fevereiro, foram cumpridos mandados de busca, apreensão e uma prisão temporária em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro. Essa etapa concentrou-se especificamente na manipulação de jogos da Série B.

Na segunda fase da investigação, foi constatada a influência do grupo criminoso em oito partidas da Série A do Campeonato Brasileiro. Nos 16 jogos investigados, foram identificados pelo menos 23 fatos criminosos. Entre os réus, destacam-se sete jogadores de futebol e nove apostadores associados ao grupo criminoso.

A descoberta desses casos acentua a importância de combater efetivamente a manipulação de resultados no futebol brasileiro. A CPI das apostas esportivas, com a participação do Deputado Delegado da Cunha como titular, visa aprofundar as investigações e propor medidas para prevenir e punir tais práticas. As ações empreendidas tanto pelo Ministério Público quanto pelos órgãos competentes são fundamentais para garantir a integridade e a credibilidade do esporte nacional.

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