15/06/2023 às 13h56min - Atualizada em 16/06/2023 às 00h01min
Vini Jr. comandará novo comitê antirracismo da Fifa, afirma Infantino
De acordo com presidente da entidade, o brasileiro estará à frente do grupo, formado por jogadores, que terão como objetivo formular punições mais rigorosas contra o racismo.
Alvo de reiterados ataques racistas no Campeonato Espanhol, o atacante Vinicius Júnior vai liderar um comitê especial antirracismo da Fifa, que regula o futebol mundial. O anúncio foi feito por Gianni Infantino, presidente da entidade, em entrevista à Reuters, durante visita à concentração da seleção brasileira em Barcelona (Espanha), onde a equipe encara a Guiné, em amistoso no próximo sábado (17), às 16h (horário de Brasília).
"Pedi a Vinícius que liderasse esse grupo de jogadores que apresentará punições mais rigorosas contra o racismo, que mais tarde serão implementadas por todas as autoridades do futebol em todo o mundo", afirmou Infantino, após encontro com Vini Jr., com a seleção e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Gianni Infantino - encontro com seleção brasileira - em 15/06/2023
Gianni Infantino (à direita) ao lado de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, durante encontro com seleção brasileira na concentração da equipe, em Barcelona, onde o país enfrenta a Guiné, em amistoso no sábado (17) - Joilson Marconne/CBF/Direitos Reservados
"Precisamos ouvir os jogadores e o que eles precisam para trabalhar em um ambiente mais seguro. Estamos levando isso muito a sério", explicou Infantino. "Precisamos de punições mais duras. Não podemos tolerar mais racismo no futebol. Como presidente da Fifa, sinto que precisava conversar pessoalmente com Vinícius sobre o assunto".
Infantino também foi enfático quanto à responsabilidade do árbitros no caso de manifestações racistas durante as partidas.
“Não haverá mais futebol com racismo. Os jogos devem ser interrompidos imediatamente quando isso acontecer. Basta!", disse o dirigente.
Para Ednaldo Rodrigues, o engajamento da Fifa à luta antirracista no futebol é um endosso às iniciativas tomadas pela CBF no combate à discriminação racial no país.
“Somos a primeira federação do mundo a estabelecer perda de pontos como punição para essas situações no Regulamento Geral das Competições. E temos que ir além. No Brasil, semanas atrás, um torcedor foi identificado após ofensas racistas e acabou preso. Racismo é crime, não pode haver tolerância com crimes. Esperamos que a sociedade como um todo abrace essa causa”, defendeu o presidente da CBF.