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08/11/2023 às 20h23min - Atualizada em 09/11/2023 às 00h01min

PF vai investigar preservação de sítio arqueológico em obra do metrô

Vistoria na construção da futura estação, na região central de São Paulo, constatou ação em desacordo com o previsto para a preservação do sítio, segundo o Iphan.

Agencia Brasil - GERAL
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-11/pf-vai-investigar-preservacao-de-sitio-arqueologico-em-obra-do-metro


A Polícia Federal vai abrir um inquérito para investigar os trabalhos de resgate no Sítio Arqueológico Saracura, nas obras da futura Estação Saracura/14 Bis da Linha Laranja do Metrô de São Paulo, na região central da capital. Segundo a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em São Paulo, foi feita uma vistoria conjunta, nesta quarta-feira (8), que constatou uma ação em desacordo com o previsto para preservação do sítio.



O sítio arqueológico foi encontrado em abril de 2022 e pode conter vestígios do Quilombo Saracura. A futura estação de metrô está sendo construída no local onde esteve por 50 anos a escola de samba Vai-Vai, fundada por descendentes do quilombo, onde atualmente é o bairro do Bixiga.



Paralisação



As escavações no local ficaram paralisadas entre março e julho por determinação do Iphan. Em maio, o órgão de proteção do patrimônio imaterial fez uma série de exigências para a Linha Uni, concessionária responsável pelas obras do metrô. A empresa deveria apresentar documentos e laudos sobre as intervenções de segurança no canteiro. Em julho, foi autorizada a retomada do resgate dos itens do sítio arqueológico.



Milhares de peças já foram retiradas do local e guardadas para preservação. São itens diversos, como peças de vestuário, restos de louça e ossos de animais.



Em maio deste ano, um procurador e uma perita do Ministério Público Federal também estiveram no canteiro de obras para avaliar a condução dos trabalhos arqueológicos. Entre as questões que estão sendo apuradas pela investigação da Procuradoria da República está a falta de estudos arqueológicos prévios, antes do início das obras na futura estação.



A partir dos documentos de licenciamento ambiental, a reportagem da Agência Brasil mostrou que regiões do Bixiga e da Liberdade, também com história ligada à população negra da capital paulista, foram os únicos pontos do traçado da Linha Laranja em que não foram feitos estudos arqueológicos prévios. A concessionária Move São Paulo, à época responsável pelas obras, solicitou, em 2020, ao Iphan a dispensa de estudos nesses locais.



Atualmente, as obras são realizadas pela concessionária Linha Uni, que tem o grupo espanhol Acciona como maior acionista, além do banco de investimentos francês Société Générale e o fundo francês Stoa.



Concessionária



A Linha Uni, concessionária responsável pelas obras da futura Linha Laranja do Metrô, disse, por nota, que os trabalhos no sítio arqueológico continuam normalmente. Segundo o comunicado, as atividades realizadas em conjunto com a empresa de arqueologia A Lasca observam “rigorosamente as determinações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), preservando todo o sítio arqueológico”.



A concessionária afirma ainda que “todas as medidas necessárias para garantir a integridade do patrimônio arqueológico foram tomadas”.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-11/pf-vai-investigar-preservacao-de-sitio-arqueologico-em-obra-do-metro
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