Imagens que circulam na internet mostram o jovem rendido quando foi atingido por um tiro. Segundo o advogado, os vizinhos têm receio de se identificar, por conta da situação, com medo de sofrer represálias dos agentes do Estado.
Até o momento da entrevista, Oliveira Junior ainda não havia conseguido ter acesso a diversas informações sobre o caso, já que o processo corre em segredo de Justiça. Um vídeo que circula pela internet, desde o dia do homicídio, mostra vizinhos tentando inibir excessos por parte do policial. Nas imagens, Caviquiole aparece rendido, com os braços para o alto. Segundos depois, escuta-se o som de disparo.
Uma versão do policial, repercutida pela imprensa, é a de que a vítima teria mexido em seu cassetete, o que teria motivado o saque da arma para se defender. Perguntado sobre esse aspecto, José Luiz de Oliveira Junior nega tal possibilidade. "Com relação a tomar o cassetete, as imagens são claras. Até quando as pessoas vão morrer mediante esse tipo de alegação?", questiona.
O advogado comentou, ainda, que tem esperanças de conseguir processar o Estado com a ajuda do Ministério Público. Procurado pela Agência Brasil, o órgão disse que o inquérito policial ainda não foi relatado e, portanto, não tem condições de responder aos questionamentos da reportagem.
O policial chegou a ser detido e levado para o Presídio Militar Romão Gomes, mais conhecido como Presídio Barro Branco, na Vila Albertina, que fica na zona norte da capital paulista. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que policiais militares teriam abordado uma dupla flagrada em uma motocicleta sem placa, quando outro homem interveio e tentou soltar os suspeitos. “O PM fazia a abordagem quando houve um disparo de arma de fogo, e o homem foi atingido”, disse a pasta, em nota divulgada após ocorrido. O resgate teria sido acionado pelo policial, mas o homem morreu no local.
O PM que fez o disparo prestou depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), e o delegado, após analisar as imagens, instaurou inquérito para apurar o crime de homicídio culposo, por concluir que o disparo foi acidental e não houve intenção de matar. Paralelamente, um inquérito policial militar fará apuração para levantar as circunstâncias do caso.
A Agência Brasil também tentou contato com a SSP e aguarda retorno.