“O grande salto da fronteira energética agora é o hidrogênio verde. Quem tiver projeto pode nos procurar. Temos grande interesse no hidrogênio verde e no combustível sintético, que vai ser a próxima etapa para a aviação, para os navios e para a indústria automotiva”, disse Mercadante nesta quarta-feira (8) ao abrir o segundo e último dia do 6º Brasil Investment Forum (BIF 2023), no Palácio Itamaraty.
“Nosso desafio agora é o ônibus elétrico. Se quisermos manter o nosso parque automotivo, temos de avançar nessa perspectiva”, acrescentou ao lembrar que há, no país, cinco montadoras que trabalham com 20% de conteúdo nacional – e que a meta do governo é fazer este número chegar a 50%.
Entre os conteúdos nacionais desses veículos estão chassi, carroceria e bateria. Mercadante complementou dizendo que o Brasil possui a sétima maior reserva de lítio, material usado para a produção de bateria. “A WEG [fabricante de equipamentos elétricos] já está produzindo uma excelente bateria. Temos grande interesse nessa inovação”.
Mercadante acrescentou que, diferentemente da montagem de carros, a fabricação de ônibus é por manufatura. “É trabalho humano; é emprego qualificado na indústria”. O ministro ainda comentou que o BNDES acabou de financiar 1,6 mil ônibus elétricos apenas para cidade de São Paulo.
Ainda segundo o presidente do BNDES, o Brasil precisa criar empresas de leasing para o ônibus, uma vez que nem todas as operadoras têm condições de comprar veículos. Leasing é um contrato de arrendamento mercantil que funciona de forma similar à de um aluguel. Ele, no entanto, oferece, ao final do contrato, a opção de compra do bem.
“Precisamos montar empresas de leasing para ônibus elétricos. Com isso, você viabiliza a operação porque baixa o custo operacional. Temos uma das maiores frotas de ônibus do planeta para renovar. Queremos investimentos nessa área. Por isso, o BNDES está priorizando essa transição para os ônibus elétricos. Estamos muito atentos a essa possibilidade para quem tiver interesse em negócios nessa área e na área de energia limpa”, complementou
Mercadante refirmou que o BNDES vai retomar a agenda de pesquisa e desenvolvimento para favorecer iniciativas inovadoras no país. “Temos R$ 40 bilhões [para isso], com uma taxa de juros que não chega a 4% [ao ano], para financiar a inovação das empresas”.