Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do Comitê Gestor dos Laboratórios do Museu Nacional, professor Cristiano Moreira, revelou que o microtomógrafo tem sido norma nos grandes museus do mundo. “Com a microtomografia, a gente consegue criar imagens tridimensionais de qualquer objeto, qualquer acervo que a gente tenha. Sejam imagens internas ou externas. Isso é algo fantástico porque tem inúmeros usos”.
O novo equipamento pesa 3 toneladas e atenderá a todas as áreas do Museu Nacional, visando à manutenção e à preservação do acervo. Cristiano Moreira informou que existe, atualmente, uma tendência em museus de história natural no mundo de tirar fotos de seus acervos, tendo em vista que muitos deles não são eternos e sofrem decaimento natural. Alguns são muito sensíveis, não podem ficar expostos à luz. “Isso é uma maneira de você acessar o material sem prejudicá-lo.”
O professor lembrou que, para pesquisas, o aparelho é fundamental. “Porque, hoje em dia, eu consigo pegar um animal, estudar a anatomia interna dele sem precisar dissecar ou destruir o indivíduo. Muitas técnicas, que antes eram destrutivas, a gente consegue fazer hoje com tomografia. Além disso, é um campo crescente que permite fazer análises e medições que antes não eram possíveis.”
No momento, o Museu Nacional está em fase de treinamento de seus técnicos. Vários fósseis já foram tomografados. No caso de uma flor, por exemplo, o coordenador esclareceu que o microtomógrafo permite ver sua estrutura interna ainda com botão fechado, quase em nível celular. Cristiano Moreira afirmou que esse é o único aparelho desse tipo no Brasil. O modelo inclui um sistema de lentes que permite ampliar o que se vê, como um sistema tradicional de tomografia. Como museu de história natural, o Museu Nacional é pioneiro no Brasil, assegurou. O equipamento tem se tornado norma em museus da Europa e Estados Unidos.