MENU

10/04/2024 às 16h07min - Atualizada em 11/04/2024 às 18h01min

CCJ da Câmara aprova prisão de Chiquinho Brazão; plenário vai votar

Foram 39 votos a favor e 25 contra. Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e está preso desde 24 de março.

Agencia Brasil - Política
https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2024-04/ccj-da-camara-aprova-prisao-de-chiquinho-brazao-plenario-vai-votar




Por 39 votos a 25, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta quarta-feira (10) a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). A decisão final será do plenário. É preciso voto a favor da maioria absoluta dos deputados (257 votos).



Segundo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), o parecer da prisão será votado ainda nesta quarta-feira.



Notícias relacionadas:

Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Janeiro, Marielle Franco, em março de 2018. Na ocasião, a parlamentar e o motorista Anderson Gomes foram executados no Rio de Janeiro. Chiquinho Brazão está detido desde 24 de março. Após a prisão, a executiva Nacional do partido União Brasil aprovou, por unanimidade, a expulsão do deputado federal da sigla.



O colegiado aprovou o parecer do deputado Darci de Matos (PSD-SC), pela manutenção da prisão, após cinco horas de debates. O caso foi analisado pela CCJ porque, de acordo com a Constituição Federal de 1988, deputados somente podem ser presos em flagrante por crime inafiançável.



Darci de Matos recomendou manter a prisão de Brazão com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que argumentou ser necessária a detenção sob risco de Brazão obstruir a Justiça. “A flagrância decorre da obstrução permanente e continuada da Justiça. E em organização criminosa o crime passa a ser inafiançável.”



Durante a sessão, deputados, como Erika Hilton (PSOL-SP); Erika Kokay (PT-DF), Célia Xakriabá (Psol-MG), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Orlando Silva (PCdoB - SP), entre outros, exibiram cartazes com pedidos de manutenção da prisão de Brazão e de Justiça para vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.



A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) destacou que o papel do Parlamento brasileiro é guardar a democracia. 



“Houve obstrução da Justiça quando as câmeras foram apagadas, quando o carro sumiu, quando os delegados foram sistematicamente trocados, quando o chefe da Polícia Civil [do RJ] por uma manobra política foi indicado, justamente, para impedir que o crime tivesse o seu desfecho. Houve obstrução de Justiça quando cinco pessoas foram assassinadas para não botarem a boca no trombone, inclusive aquela responsável por desmontar o carro que levou à execução de Marielle Franco. Houve obstrução de Justiça o tempo todo. Portanto, não é fato pretérito. É ato contínuo e cabe aí, sim, o flagrante”, defendeu a parlamentar.



Na CCJ, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que as 543 páginas que fundamentam a prisão de Brazão não deixam dúvidas sobre a tentativa de atrapalhar as investigações. “O deputado Chiquinho de Brasão teve a prisão decretada com razão porque vivia em permanente estado de flagrância, inclusive tramando, através dos seus mandatos como vereador, na ocasião do crime do qual ele é acusado de ser mandante, depois em dois mandatos de deputados federal, inclusive em vigor agora, tramando contra as investigações, operando com a sua rede poderosa de contatos, para que a investigação não avançasse.”



Já o deputado Fausto Pinato (PP-SP) defendeu "que não é o momento desta Casa agir contra o Supremo Tribunal Federal. [...] Aqui, a gente tem que agir com a razão, é um ser humano, é uma família que espera resposta há seis anos. Sou pela manutenção da prisão, sim.”



Contrários



O deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG) votou contra o relatório, declarando a inconstitucionalidade da prisão preventiva. “A Constituição não foi obedecida, os ritos processuais não foram obedecidos, principalmente, esses dois: que a prisão preventiva é para fatos concretos e atuais e não de seis anos atrás e, sobretudo, que a prisão preventiva não pode se prestar para antecipação de pena.”



Já o deputado Maurício Marcon (Podemos-ES) disse que não está na CCJ para julgar se Brazão cometeu crime ou não, mas se a prisão dele é constitucional ou não.



Defesa de Brazão



O advogado de defesa de Chiquinho Brazão, Cleber Lopes, questionou o flagrante. “A Polícia Federal está investigando há meses. Estivesse o deputado em flagrante delito, será que a Polícia Federal teria protegido o parlamentar e não o teria prendido em flagrante?”, indagou.



No último dia 26, por videoconferência na reunião da CCJ, Chiquinho Brazão, que já estava preso, disse que tinha um ótimo relacionamento com a vereadora Marielle Franco, durante seu mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. E que havia apenas uma “simples discordância de pontos de vista” sobre o projeto de lei municipal que regulamentava condomínios irregulares na cidade do Rio de Janeiro.



Conselho de Ética



Mais cedo, o Conselho de Ética da Casa instaurou processo que poderá levar à cassação do mandato de Chiquinho Brazão.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2024-04/ccj-da-camara-aprova-prisao-de-chiquinho-brazao-plenario-vai-votar
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetacentrooeste.com.br/.
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp