Que ter contato com a natureza, conviver em um ambiente mais verde nos faz bem, disso todos já sabem. Mas sabia que o jardim pode ser um espaço terapêutico? Tendo surgido nos Estados Unidos e na Europa, no final dos anos 90, os “Jardins Sensoriais” foram idealizados a partir de uma preocupação dos profissionais da saúde em desenvolver ambientes funcionais para pessoas com necessidades especiais, sendo vistos como um importante recurso terapêutico e educativo.
No Brasil a iniciativa ainda é relativamente nova, mas já começa a chamar atenção pelos benefícios que pode oferecer aos pacientes das mais variedades idades. A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Esalq, localizada no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP) é uma das instituições que apoia o desenvolvimento de projetos em prol da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Um exemplo disso é que a instituição desde 2001 conta com o projeto de Equoterapia, que consiste em utilizar o cavalo como instrumento de reabilitação de pessoas com deficiência física e/ou mental, melhorando o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social.
E pensando em ampliar ainda mais a prestação de serviço, o setor de equinocultura do departamento de Zootecnia da Esalq teve a ideia de unir esforços com a área de paisagismo do departamento de Produção Vegetal da escola, para que as crianças atendidas pelo projeto pudessem ter mais uma atividade disponível. Diante da proposta a docente de paisagismo, professora Claudia Fabrino Machado Mattiuz, não só aceitou coordenar o novo projeto como vem colocando ele em prática contando com o auxílio de estudantes do curso de graduação de Engenharia Agronômica.
“O departamento de zootecnia me pediu um projeto onde pudéssemos acolher as crianças que vinham para o atendimento de equoterapia, possibilitando a elas mais uma atividade, já que para muitas delas a ida até a Esalq é o único momento que elas saem de casa e podem interagir com outras pessoas, além das consultas. E foi a partir daí que passamos a pensar em um espaço, onde além dessas crianças poderem desfrutar da paisagem do jardim, pudéssemos também implementar atividades com os bolsistas”, explica Cláudia.
Com o desafio aceito, a professora começou as atividades em 2017 inicialmente projetando o jardim. Além de levar em consideração o local, que fica próximo da área onde as atividades da equoterapia são realizadas, questões como acessibilidade, ser um espaço aconchegante e onde as crianças possam se sentir seguras, com áreas de sol e de sombra e com uma gama de espécies de plantas e flores, foram outros pontos de atenção. O espaço ficou pronto para ser utilizado em 2019, mas teve que aguardar um pouco mais para iniciar as atividades por conta da pandemia, por isso sua inauguração oficial só aconteceu em março deste ano.
Especializada no cuidado com as plantas e uma grande defensora dos benefícios que cultivá-las pode oferecer as pessoas, a Forth Jardim contribuiu com o projeto da Esalq, com a doação de insumos como: condicionador de solo, fertilizantes, produtos para controle de pragas e doenças para que o jardim pudesse ser revitalizado.
“Quando recebemos a solicitação de parceria ficamos contentes em poder participar de um projeto tão nobre. A parceria começou com reuniões online com os estudantes e a professora para entender mais sobre o projeto e o jardim. Vimos que o solo compactado e com muita argila era um principal problema e para resolver precisariam de um condicionador de solos para misturar com a terra dos canteiros e melhorar a terra do jardim. As plantas também precisavam de adubação e algumas delas de produtos para controlar pragas e doenças. Depois de decidirmos juntos quais produtos seriam necessários, fizemos uma visita presencial ao local para conhecer e fazer a entrega dos produtos da Forth para ajudar na revitalização”, explica o engenheiro agrônomo da Forth Jardim, Marcos Estevão Feliciano.
Atualmente a ação tem atendido nove crianças, entre 3 e 11 anos, que já faziam parte da equoterapia e passaram também a frequentar o jardim. Além de passear pelo espaço, os pequenos participam de atividades realizadas com o auxílio de alunos bolsistas do curso de agronomia. A interação das crianças vai desde explorar os sentidos, como o tato e o olfato, até o auxílio na manutenção do local, ajudando por exemplo no plantio de novas mudas e na remoção de plantas daninhas, sempre respeitando as limitações de cada uma delas. Além disso, brincadeiras como “caça as plantas”, também costumam fazer parte da programação, fazendo com eles aprendam mais sobre determinadas espécies de forma lúdica.
“Procuramos fazer um roteiro bem amplo para que eles se sintam sempre motivados. A ideia é ir construindo o repertório com eles e aproveitando também o que o jardim oferece. Tem semana que temos alguma espécie que está mais florida, por exemplo, daí propomos um passeio no jardim para descobri-la. No início tinham crianças tímidas, um pouco receosas e hoje eles já chegam perguntando pela plantinha deles, querendo usar o regador, é muito bacana ver a evolução, gratificante. A hortiterapia, é uma atividade que pode ser desenvolvida em todas as idades e existe literaturas que evidenciam os benefícios dela, o que percebemos com as crianças é que ela pode promover descobertas, aguçar os interesses, estimular movimentos físicos, o desenvolvimento de atividades e incentivar o contato social”, completa a professora.
Sobre a Forth Jardim A Forth Jardim é uma empresa especializada no cuidado com as plantas, focada principalmente no segmento de Home & Garden e oferece soluções para finalidades específicas. Atuando há 23 anos, a marca é hoje uma das líderes de mercado e contribui de forma ativa para o crescimento do setor. A empresa conta com uma fábrica própria localizada na cidade de Cerquilho (SP), possui mais de 90 colaboradores e está presente em mais de 5.000 pontos de vendas em todo o Brasil. Em 2020, impulsionada principalmente pelo aumento do número de pessoas que passaram a se interessar em cultivar plantas em casa, a empresa aumentou o faturamento em 50% e mantém crescimento médio de 20% ao ano.