O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (27) que o Brasil já tem um protocolo pronto e aprovado pelo Congresso Nacional para agir no caso de uma terceira onda da covid-19.
"Não vamos perder vidas por falta de dinheiro", afirmou em evento da Coalização Indústria ao destacar que há uma cláusula em uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que estabelece medidas como: mais um ano com gasto extraordinário para a saúde e suspensão de aumento de salário.
"Vamos atravessar isso juntos. As coisas vão melhorar", ressaltou o ministro.
Na quarta-feira (26), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga admitiu em audiência pública entre a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e a Comissão de Defesa do Consumidor, na Câmara dos Deputados, que o Ministério está preocupado com a possibilidade de uma terceira onda da pandemia no Brasil.
"A terceira onda é uma preocupação, assistimos agora uma redução da tendência de queda de óbitos. Isso pode ser resultado da flexibilização das medidas de bloqueio. Quando abre, naturalmente, surge novos casos. Se essa tendência é desmesurada, vai ter uma nova pressão ao sistema de saúde, que posteriormente se reflete em óbitos. Mas também pode ser fruto de uma variante e ainda não temos essa resposta ainda", afirmou Queiroga.
Auxílio emergencial
O ministro repetiu que a eventual prorrogação do auxílio emergencial depende do ritmo de vacinação e da evolução da pandemia.
"O auxílio emergencial é uma arma que temos e que pode, sim, ser renovada. Se as mortes continuarem e as vacinas não chegarem, teremos que renovar. Não é o nosso cenário hoje, mas é uma ferramenta que pode sim ser renovada."
Para o ministro, se o país continuar a vacinação em massa, a reabertura da economia pode tornar desnecessária a prorrogação do auxílio.
"Se conseguimos vacinar 70% da população, com 100% dos idosos imunizados, não seria necessário estender o auxílio", afirmou Guedes.
Segundo Guedes, as eleições do ano passado ocorreram normalmente justamente porque havia uma convicção de que a pandemia estava arrefecendo.
Déficit fiscal
Guedes também afirmou, durante o evento, que o governo não irá aumentar impostos para reduzir o déficit fiscal detacando que a arrecadação federal já cresceu 40% neste ano, devido à recuperação da economia.
"Não vamos subir os impostos, vamos controlar os gastos. Os impostos serão mantidos ou reduzidos. Vamos fechar o déficit com a recuperação econômica. A projeção de déficit neste ano já caiu R$ 100 bilhões. Quem sabe a gente cresce (a economia) 4% ou 4,5% no ano que vem e acabamos com o déficit", comentou o ministro.
A estimativa de rombo primário do governo central neste ano caiu de R$ 286 bilhões (3,5% do PIB) para R$ 187,7 bilhões (2,2% do PIB), de acordo com a nova grade de parâmetros do Ministério da Economia, divulgada na semana passada.
Em seu discurso, Guedes ainda destacou que diversos economistas já estão prevendo um crescimento da economia brasileira superior a 4% em 2021.
"Se isso acontecer, a relação dívida/PIB pode cair para 85%, ou seja, 15 pontos porcentuais abaixo do que se esperava", afirmou o ministro.
Mais uma vez, Guedes, avaliou que a economia brasileira voltou em "V" e está em aceleração.
"Renovamos as camadas de proteção, como o auxílio emergencial, de forma mais focalizada. O presidente Bolsonaro disse desde o início que não vai faltar dinheiro para a Saúde, mas cada geração precisa pagar pelas suas guerras", completou Paulo Guedes.