16/05/2022 às 15h54min - Atualizada em 18/05/2022 às 00h01min
Campanha Maio Amarelo
Depressão entre Crianças e Adolescentes: Pare, Observe, Acolha
SALA DA NOTÍCIA Vérité Comunicacao
SPSP
Campanha Maio Amarelo: Depressão entre Crianças e Adolescentes: Pare, Observe, Acolha A OMS destaca que as condições de saúde mental são responsáveis por cerca de 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos. O suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos
Ciente da importância do tema depressão entre crianças e adolescentes, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) realiza anualmente a Campanha Maio Amarelo, contra a depressão. A campanha visa alertar pais, cuidadores, pediatras, pedagogos, entre outros, sobre o assunto.
A OMS destaca que as condições de saúde mental são responsáveis por cerca de 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre dez e 19 anos. O suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos. As consequências de não abordar o assunto levam milhares de pessoas em todo mundo a viverem em condições inadequadas de saúde mental causando prejuízo que se estendem à idade adulta, tanto de ordem física quanto mental, limitando oportunidades para esses jovens.
Com a pandemia da Covid-19 os dados pioraram ainda mais, diversos estudos apontam maior frequência de tristeza, nervosismo e alterações do sono durante o período de confinamento. “A depressão não deixa de existir porque não se fala sobre o assunto ou porque a mídia não divulga. E ela acontece independente de sexo, idade ou condição socioeconômica”, afirma o pediatra Claudio Barsanti, coordenador das Campanhas da SPSP, ressaltando que o diagnóstico precoce dá mais condições de impedir que crianças e adolescentes caminhem por um espaço nebuloso e perigoso. “Manter o assunto em discussão em todas as suas formas e manifestações, com consciência de que ele existe, nos mantém alertas para observar e procurar formas de acolher”, enfatiza Barsanti.
A criança e a depressão em tempos de pós-isolamento
Várias alterações no comportamento das crianças ao retomarem uma rotina de vida mais próxima da que levavam antes das restrições e do “Fique em casa!” estão sendo observadas. Mas como lidar com tudo isso? A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), através de seu Núcleo de Estudos sobre Depressão entre Crianças e Adolescentes, observa atentamente os desdobramentos pós-pandemia na saúde mental das crianças e adolescentes.
Segundo a presidente do NE sobre Depressão entre Crianças e Adolescentes da SPSP, Vera Ferrari Barros, no retorno às atividades, muitas crianças se sentiram receosas com a possiblidade de não conseguirem se “enturmar”, de não saberem como reatar as amizades ou fazer novos amigos, um abalo na autoestima por se verem inseguras quanto as suas capacidades e competências. “Em outras, a dificuldade ou impossibilidade em acompanhar o aprendizado online produziu uma ansiedade muito grande pelo receio de não ‘conseguir mais aprender’, de tirar notas baixas, de repetir o ano ou decepcionar os pais, e que só foi sentido no retorno às aulas presenciais.
Dessa forma, tem-se percebido crianças ansiosas, inquietas, agitadas, irritadiças, agressivas, tristes, com dificuldade em se concentrar, com reações inesperadas, às vezes desproporcionais às circunstâncias, mais isoladas ou caladas, mais apegadas aos pais, com insônia ou dificuldade para dormir, sem nenhum apetite ou com muito apetite, com queixas constantes de dores no corpo ou cansaço para fazer qualquer coisa, sejam as tarefas da escola ou brincar e se divertir.
“Os pais precisam prestar muita atenção para o caso dessas queixas persistirem, de piorarem ao invés de diminuírem, de que a criança não consiga ou não queira aumentar o contato com os amigos ou mesmo sair e brincar mais tempo fora de casa ou, ainda, voltar a ter comportamentos e atitudes muito infantis para a idade”, aponta Vera, salientando que a depressão infantil afeta exatamente as condições e situações por meio das quais a criança é estimulada a crescer, a aprender, a se fortalecer, a construir suas habilidades e competências em todos os campos. “O mais importante é entender que a criança faz parte de uma família e que, juntos, fica mais fácil encontrar uma forma de ajudá-la a tratar essas dificuldades, superá-las e retomar o curso de sua vida novamente”, conclui.
Durante todo o mês de maio, a SPSP realizará iniciativas de conscientização sobre o assunto