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07/06/2022 às 16h51min - Atualizada em 08/06/2022 às 00h01min

Dia Nacional do Teste do Pezinho: qual a importância da triagem neonatal para as crianças?

Johannes Abreu (*)

SALA DA NOTÍCIA Johannes Abreu de Oliveira

Freepik
Teste do Pezinho é o nome popular dado à coleta de sangue no calcanhar dos recém-nascidos para a identificação precoce de doenças metabólicas, genéticas e infecciosas que, quando tratadas precocemente, possibilitam a chance de que a doença não deixe sequelas, melhorando a qualidade de vida dos casos confirmados e tratados.

O dia do Teste do Pezinho, celebrado no último dia 6 de junho, foi instituído pela Lei nº 11.605/2007, com o alvo de informar a população os objetivos do Programa de Triagem Neonatal, fundamental para a descoberta de diversas doenças graves em bebês, e a importância da realização do teste em todas as crianças brasileiras e sua obrigatoriedade para os recém-nascidos de 0 a 28 dias de vida.


De acordo com, Salmo Raskin, presidente do Departamento Científico de Genética da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Teste do Pezinho pode ser feito até o trigésimo dia de vida do bebê. O recomendável, entretanto, é que ele seja feito até o sétimo dia de vida. Nesse sentido, o Teste do Pezinho é de extrema importância para a saúde da criança, protegendo-a de problemas que podem interferir em seu desenvolvimento físico e mental por toda a vida.

Como é feito o Teste do Pezinho?

Atualmente, o Teste do Pezinho realizado no SUS detecta sete doenças e, apesar de sua tamanha importância, o teste é muito simples e rápido. São colhidas algumas gotas de sangue do calcanhar da criança, que posteriormente serão analisadas em laboratório. Com essa amostra é possível identificar as seguintes doenças:
 
  1. Hipotireoidismo congênito
  2. Fenilcetonúria
  3. Doença falciforme
  4. Aminoacidopatias
  5. Fibrose cística
  6. Hiperplasia adrenal congênita
  7. Deficiência de biotinidase

É importante ressaltar que todas essas doenças são consideradas raras. Afeta um a cada 10 mil nascidos. Porém, podem levar à convulsão, retardo mental e neuro degeneração. Com isso, a importância de realizar o teste precocemente faz com que as crianças acometidas por tais doenças possam ter uma vida muito próxima do normal.

É necessário destacar que o teste nunca deve ser realizado antes das 48 horas de vida, pois os resultados podem não ser confiáveis, uma vez que o teste pode sofrer influência das alterações hormonais e metabólicas que naturalmente acontecem com a transição da vida fetal para a vida pós-natal, e que demoram de dois a três dias para atingir o equilíbrio.

Não há impedimento para as crianças que passarem do prazo indicado, porém, quanto mais cedo for realizada a coleta mais precocemente será iniciado o tratamento dos pacientes afetados.

O profissional de enfermagem, tem um papel fundamental na implementação do Programa Nacional de Triagem Neonatal e na realização do Teste do Pezinho, pois é de sua competência informar aos pais sobre a finalidade do teste, a idade adequada para realização, como o procedimento acontece, a necessidade de exames confirmatórios quando o resultado for positivo, o processo de acompanhamento e recebimento dos resultados.

Hoje em dia, vários laboratórios e maternidades oferecem versões mais completas do teste. O chamado “Teste do Pezinho Ampliado” que é pago, porém coberto por vários convênios. Inclusive há hospitais que o realizam antes mesmo da alta do bebê, de forma, que ele saia da maternidade já com o teste realizado. Ele permite a detecção de mais condições, além das setes cobertas pelo exame comum, realizado pelo SUS.
 
Para tanto, o dia que se comemora esse importante teste nos faz refletir que não se deve brincar com a saúde dos bebês. Devemos realizar o Teste do Pezinho o quanto antes para garantir o diagnóstico precoce.

 
*Johannes Abreu de Oliveira é professor da Escola de Saúde Única do Centro Universitário Internacional Uninter
 


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