O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira o início da vacinação contra covid-19 da população com idades entre 18 e 59 anos, em ordem decrescente de idade, mas dirigentes da pasta ressalvaram em entrevista coletiva que a imunização vai depender do avanço da imunização dos grupos prioritários, como profissionais de educação, e a disponibilidade de doses.
A decisão de iniciar a vacinação da população em geral, segundo a pasta, decorre de uma demanda diminuída de grupos prioritários elencados no plano de imunização, de acordo com o ministério
A vacinação da população em geral ocorrerá concomitantemente com as pessoas dos grupos prioritários que ainda não foram vacinadas, como os profissionais de educação, e começará de forma escalonada com a faixa etária mais idosa por se tratar da população com maior risco de complicações e óbitos decorrente da covid-19.
"De maneira concomitante, será iniciada a vacinação da população geral [18 a 59 anos], de maneira escalonada e por faixas etárias decrescentes, até o atendimento total da população brasileira acima de 18 anos", disse o ministério em nota técnica.
"Portanto, deve-se manter a vacinação dos grupos prioritários, conforme previsto no PNI, e estados e municípios que não apresentam demanda ou tenham demanda diminuída para vacinação dos grupos com maior vulnerabilidade e trabalhadores de educação, poderão pactuar em Comissão Intergestores Biparte a adoção imediata da estratégia de vacinação segundo a faixa etária em ordem decrescente de idade garantindo o percentual para continuidade da vacinação dos demais grupos prioritários", destacou o documento.
Segundo a coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Francieli Fontana, haverá o envio de um percentual de doses para a população em geral ser vacinada nos estados e municípios, mas a decisão dos quantitativos vai depender da realidade das localidades.
"Vai depender muito da realidade local. A estratégia inicial é concluir até o grupo dos trabalhadores de educação", disse Francieli.
"Se o município tiver uma demanda bastante reduzida, se não haver procura... já pode abrir [para a população geral]. Então é uma avaliação local", ressaltou.
O secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, afirmou que o país deve receber 43,8 milhões de vacinas contra covid-19 no próximo mês.
Do total, 29,9 milhões serão da AstraZeneca, 12 milhões da vacina da Pfizer, 6 milhões da CoronaVac e mais 4,8 milhões pelo Covax Facility (4 milhões da AstraZeneca e 842 mil da Pfizer).
Até o momento o Brasil vacinou 43,7 milhões de pessoas com a primeira dose, o que equivale a 20,8% da população, e 21,5 milhões com as duas doses. Apenas o grupo prioritário soma 78,2 milhões de pessoas.