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05/08/2021 às 23h13min - Atualizada em 06/08/2021 às 00h01min

CPI ouve empresário considerado uma espécie de ministro informal da Saúde

Airton Cascavel trabalhou quase dois meses sem ser nomeado. Além do depoimento, a sessão foi marcada por críticas dos senadores de oposição a inquérito da Polícia Federal para investigar vazamento de informações sigilosas enviadas à CPI.

G1 - Notícias
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Airton Cascavel trabalhou quase dois meses sem ser nomeado. Além do depoimento, a sessão foi marcada por críticas dos senadores de oposição a inquérito da Polícia Federal para investigar vazamento de informações sigilosas enviadas à CPI. CPI ouve empresário considerado uma espécie de ministro informal da Saúde
A CPI da Covid ouviu nesta quinta-feira (5) o empresário considerado uma espécie de ministro informal da Saúde. Airton Cascavel trabalhou quase dois meses sem ser nomeado.
Além do depoimento, a sessão foi marcada por críticas dos senadores de oposição a um inquérito da Polícia Federal para investigar vazamento de informações sigilosas enviadas à CPI. Eles consideram que há interesse político na decisão.
O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues, da Rede, sugeriu que a PF adotasse o mesmo procedimento contra o presidente Jair Bolsonaro:

“Inquérito contra a Comissão Parlamentar de Inquérito, devem saber as autoridades, o senhor ministro da Justiça e deve saber também a direção-geral da Polícia Federal, é inconstitucional e ilegítimo. Só que ocorre que, ainda ontem à noite, às 21h26, o senhor presidente da República, em suas redes sociais, divulgou abertamente um inquérito sigiloso, no qual inclusive, no inquérito, está a advertência de sigilo. Mas eu pergunto ao senhor Anderson Torres, que é o ministro de Estado da Justiça, e ao senhor diretor-geral da Polícia Federal a que horas será anunciada a abertura do inquérito contra o senhor presidente da República?”
O depoimento de Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, começou por volta das 11h. Ele já foi deputado federal e vice-governador de Roraima. O empresário chegou ao Ministério da Saúde em abril de 2020, pelas mãos do então secretário-executivo, Eduardo Pazuello. Ele atuou durante dois meses como articulador político no ministério, com poder para receber prefeitos, governadores e parlamentares, mas não tinha cargo oficial.
A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu investigação contra Airton Cascavel por suspeita de usurpação de função pública, ou seja, atuar como um gestor público sem vínculo oficial.
Só em junho, Airton foi nomeado oficialmente assessor especial do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que acabara de assumir o cargo.

Ele disse à CPI que problemas de saúde e burocráticos não permitiram sua nomeação assim que começou a trabalhar e que não foi remunerado no período.

Durante os oito meses em que foi assessor de Pazuello, ele se tornou um dos nomes mais influentes no ministério.

Documentos enviados à CPI pelo Ministério Público apontam fotos e referências a Airton como "número 2 do Ministério da Saúde".


Renan Calheiros, relator da CPI: Secretários estaduais de Saúde relataram que vossa senhoria era uma espécie de ministro de fato, pois agilizava as demandas dos entes subnacionais. Que outras atribuições o general Pazuello terceirizou à vossa senhoria?

"Nunca houve um processo de terceirização de competência. Não foi esse o termo. Quando fui assessor especial, efetivamente assessor especial, eu trabalhava na interlocução muitas vezes com parlamentares, com prefeitos, com secretários de Saúde, o que criou essa relação", disse Airton.

Airton Cascavel disse que não negociou a compra de vacinas pelo governo federal, mas que participou de reuniões do ministério com o Instituto Butantan que trataram da compra da CoronaVac.

O senador governista Jorginho Mello, do PL, elogiou Airton Cascavel por abrir um canal de diálogo com os políticos.

“Tem que ter o entendimento político, e o senhor teve esta possibilidade de, lá dentro do ministério, nos receber, deputados, senadores, prefeitos, vereadores. Então, tenha certeza absoluta de que o senhor estava, num momento muito difícil do Brasil, em um lugar onde pôde ajudar muitos brasileiros em diversos estados da federação”, afirmou.
Airton Cascavel negou responsabilidade sobre os erros do Ministério da Saúde na falta de oxigênio no Amazonas. Disse que não participou de discussões sobre o tratamento com medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina.

A senadora Eliziane Gama, do Cidadania, afirmou que ele não pode se eximir das responsabilidades porque ele tinha grande influência no ministério.

“Com toda essa informação e com toda o histórico de vida que o senhor tinha, de experiência, inclusive na área de gestão, o senhor não conseguiu detectar tantos problemas dentro do Ministério da Saúde. O senhor estava lá atuando sem ter uma função pública. Portanto, usurpação de serviço público. A segunda situação, o senhor, senhor Airton, acabou participando de toda essa má gestão. E a outra, para mim, claramente, prevaricação. Não dá para entender que o senhor não tinha conhecimento de tudo o que estava acontecendo”, afirmou a senadora.
Nota de solidariedade a ministros do STF
No fim do dia, nove integrantes da CPI da Covid e mais as senadoras Simone Tebet e Eliziane Gama divulgaram nota em que subscrevem integralmente a decisão do presidente do Supremo, Luiz Fux, de suspender a reunião dos chefes dos três Poderes. Os parlamentares também manifestam solidariedade aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
Os senadores afirmaram que é inegável que o presidente Bolsonaro tenta deslegitimar as instituições e que ataca o Judiciário de forma sistemática. Ressaltaram que a CPI também tem sido alvo recorrente de tentativas de intimidação por parte do Executivo.
Entre os titulares da comissão que assinam a nota, estão o presidente, Omar Aziz, o vice-presidente, Randolfe Rodrigues, e o relator, Renan Calheiros.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/08/05/cpi-ouve-empresario-considerado-uma-especie-de-ministro-informal-da-saude.ghtml
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