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15/07/2022 às 14h39min - Atualizada em 16/07/2022 às 00h01min

Reconhecendo a finitude: como familiares e cuidadores devem proceder no fim da vida de idosos

Especialista oferece dicas para que familiares, entes queridos e cuidadores saibam como proceder quando o fim se aproxima

SALA DA NOTÍCIA Comunicação Conectada

Divulgação

Apesar de ser um aspecto intrínseco à vida, a morte é ainda um dos principais tabus nas sociedades modernas. O tema, considerado bastante delicado, chega a ser evitado nas rodas de conversas da maioria dos brasileiros. Um raro e inédito estudo sobre o tema constatou o quão pouco o Brasil fala sobre isso.

Realizada em 2018, uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) e desenvolvida pelo Studio Ideias constatou que falar sobre o fim da vida é tabu para mais de 73% dos brasileiros. O levantamento constatou que apenas 21% dos jovens abordam o assunto, número que sobe para 32,5% entre adultos acima dos 55 anos.

Um dos motivos que fazem as pessoas evitar a temática é o medo, já que pelo menos 10% da população acredita que falar sobre atrai a morte. A sensação de falta de segurança também é outro aspecto que diminui os debates, já que pelo menos 30,4% das pessoas não sabem ao menos como ou com quem conversar.

A mesma pesquisa revela que o fim da vida é um dos fatos mais sofridos da existência. Para 82,4% dos brasileiros, não há nada mais sofrido que a dor da perda de alguém, enquanto 48,6% consideram que não estão prontos para lidar com a partida de uma pessoa querida.

“A questão da morte tem um aspecto cultural muito forte, e boa parte dos países do Ocidente trata o assunto com pesar. Esse é o caso do Brasil, que difere muito de países como o México, onde o Dia dos Mortos é comemorado com comidas, bebidas e até dança. Por lá, há um entendimento circular sobre a vida em que a morte é apenas uma passagem e não há motivo para ficar triste, já que todos se reencontrarão em breve”, explica Camila Souza, coordenadora do Instituto de Ensino Senior Concierge.

A importância da conversa sobre a morte

Camila que é graduada em enfermagem com especialização em docência e liderança – sendo essa pela Universidade de São Paulo, defende que conversar sobre a morte é essencial não apenas para quebrar mitos e normalizar o fato, mas também para garantir melhores formas de lidar com a finitude.

Ela lembra que reconhecer e debater sobre a questão de que a vida fatalmente se encerrará em algum momento ajuda nos preparativos que tornam menos complicado o momento para familiares, cuidadores e amigos principalmente de idosos.

“Muitas famílias que não conversam sobre o assunto acabam se deparando com várias dificuldades quando o inevitável chega. Isso traz um sofrimento ainda maior, já que as pessoas ficam sem saber quais eram as vontades de quem faleceu, por exemplo. Agir de forma preventiva garante que esse rito de passagem seja o menos aflitivo possível”, esclarece.

A especialista afirma que em situações de uma doença terminal o conhecimento de como agir pode aliviar bastante o sofrimento de quem está partindo e de quem ficou. Além dos óbvios cuidados com questões burocráticas, também é preciso conhecer sobre métodos que levam em consideração necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais.

“Com a falta de diálogo sobre a morte, há um desconhecimento muito grande sobre o fato de que é possível prezar pela qualidade de vida mesmo de quem está partindo. Desde 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) integra os cuidados paliativos como parte dos cuidados continuados para pacientes terminais. A ideia é garantir que essas pessoas recebam um conforto até o final de suas vidas”, lembra.

Como proceder nos momentos finais?

Souza afirma que o conhecimento de familiares e pessoas próximas sobre como proceder nos momentos finais da vida é fundamental também para garantir que todas as demandas de um idoso sejam atendidas.

Ela destaca que não apenas cuidadores profissionais conseguem a efetividade e a segurança necessárias no atendimento prestados a pessoa no fim da vida, mas que com informação quem é leigo também pode se preparar melhor para o momento.

A especialista afirma que uma das alternativas pode ser a especialização. Ela cita cursos como o “Reconhecendo o fim”, que é oferecido pelo Instituto Senior Concierge, um centro de cursos e treinamentos profissionalizantes da Senior Concierge, e aborda temas de “Como reconhecer o estágio final da vida”, por exemplo.

Camila elenca ainda 6 dicas que podem ajudar e fazer uma grande diferença para todos que conhecem alguém que está chegando ao fim da vida:

  • Reconhecer o fim: esse é um importante passo para tudo que se seguirá adiante. Entender sobre a finitude de nossas próprias vidas é lembrar que estamos todos em um grande processo cíclico de idas e vindas.
  • Não ter medo: saber que perderemos as pessoas mais importantes da nossa vida pode ser uma forma de se preparar para garantir que o momento da partida seja o menos doloroso possível. Não devemos ter medo de perder alguém porque esse é um fato inevitável para 100% dos seres humanos.
  • Não se culpar: é muito comum que pessoas próximas sintam culpa pela morte de algum ente querido, imaginando que poderiam ter feito mais ou até evitado aquele falecimento. O sentimento, que afeta principalmente cuidadores profissionais, deve ser medido e controlado para que não gere prejuízos emocionais e sociais severos.
  • Garantir cuidados paliativos: em situações terminais é essencial saber os cuidados necessários. Em casos que há doenças com dores, é preciso apoio médico para que haja a receita dos medicamentos analgésicos mais adequados, por exemplo.
  • Entender que o tempo do luto varia de pessoa para pessoa: a morte de alguém próximo afeta de maneira bastante particular cada um que conviveu com aquele que se foi. Por isso, é necessário compreender que há pessoas que vivem o luto por anos, enquanto outras conseguem passar por essa fase difícil em meses. Esse entendimento é essencial para evitar julgamentos sobre o próprio estado e do estado dos outros.
  • Procurar ajuda de profissionais: o sofrimento psicológico às vezes é tão forte que pode ser comparável a dores físicas. Portanto, garantir apoio profissional psicológico ou psiquiátrico pode tornar menos difícil o processo de entendimento sobre o fim da vida.

“Os cuidados variam de caso a caso, principalmente quando há doenças envolvidas. Contudo, a educação e a conversa sobre todo esse ciclo podem se tornar grandes processos de aprendizado para que possamos não somente diminuir o sofrimento na morte de entes queridos, mas também aprender um pouco sobre a nossa própria vida, finaliza.

Sobre a Senior Concierge

Uma empresa com um novo jeito de dar suporte aos 60+, com um modelo de atenção integrada e centrada nas reais necessidades dos maduros. Uma resposta dos novos tempos para um modelo que se esgotou, que é o modelo curativo baseado nas doenças, praticado por outras empresas, mas que visa a prevenção e cuidado. Com a proposta de garantir um envelhecimento prazeroso, proporcionando qualidade de vida, e bem-estar dos familiares.

Sobre o Instituto de Ensino Senior Concierge

Existe muita demanda para profissionais de Aging in Place, mas poucos profissionais capacitados ou que conhecem o conceito. O Instituto de Ensino Senior Concierge é o novo centro de cursos e treinamentos profissionalizantes da Senior Concierge.   Ele oferece cursos nas áreas de cuidadores de idosos e curso extracurricular com especializações.


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