O campo magnético é uma estrutura que existe há muito tempo no nosso planeta e nos protege das “farpas cósmicas” que o atingem diariamente, porém até o século 19 era um mistério que ninguém havia compreendido, mas como que tais efeitos foram observados e como ocorre a nossa proteção?
Para conhecermos melhor o intuito de como ocorre essa proteção, devemos voltar ao passado e verificar os trabalhos experimentais realizados por Michael Faraday (1791-1867) quando foi contratado pelo químico Hunphry Davi (1778-1829) após um experimento que explodiu em sua face. Indispensável para Davi, Faraday foi o seu assistente pessoal e atuante em seu laboratório. Davi, na companhia do químico inglês Willian Hyde Wollaston (1766-1828), observaram o fenômeno pelo químico Hans Christian Örsted (1777-1851), onde a corrente elétrica influenciava o deslocamento de uma bússola.
Michael Faraday elaborou um experimento, com uma tigela de Mercúrio, uma haste metálica e um pouco de cortiça, criando assim o primeiro motor elétrico da história. Seus procedimentos eram simples, porém convertia eletricidade em energia mecânica. Passado algum tempo, Faraday queria averiguar se eletricidade, magnetismo e a luz poderiam atuar em conjunto. Um novo experimento foi elaborado, com uma peça de vidro sobre um eletroímã, que deveria modificar o fluxo luminoso. Evidenciado tal fenômeno, Michael Faraday conseguiu perceber que tais forças eram vinculados a um fenômeno que ninguém havia verificado anteriormente, o campo magnético terrestre.
Mesmo sem poder justificar tais componentes por equações precisas da física, tais fenômenos puderam ser observados pelo olhar atento do maior físico teórico do século 19, James Clerk Maxwell (1831-1879), que leu todas as publicações de Faraday e ficou convencido de que o fenômeno era existente e, mediante isso, postulou equações precisas que justificavam o que Faraday havia observado. Essas equações são conhecidas como Equações de Maxwell.
Já no século 20, o conhecimento físico e tecnológico avançou e muito desse fenômeno “invisível” pode ser observado. Com isso, pode-se perceber que as aves fazem uso do campo magnético como nós humanos fazemos uso de informações visuais. A partir do conhecimento de Faraday, outros estudiosos evidenciaram que o cinturão de Van Allen (um cinturão em forma de rosquinha que envolve todo o planeta) retém essas partículas cósmicas. Tais partículas possuem energia o suficiente para interagir com a matéria, gerando uma taxa de mutação nos seres vivos.
O nosso campo magnético se origina com a movimentação do núcleo externo que, ao rotacionar ao redor do núcleo, gera uma corrente elétrica tão ampla que é a responsável pelo campo magnético.
Todo esse gerenciamento de informações e com alguns laboratórios no mundo realizando pesquisas e análises (Hefei – China e MagLab – EUA), os resultados são importantes, pois mantém o plasma sob controle. Isso pode ser expandido ao Campo Magnético do nosso planeta, onde o plasma é a composição do “Vento Solar” que, “solto no planeta”, interage e realiza mutações no DNA dos seres vivos, fazendo com que nosso planeta fosse tivesse formas de vida diferentes do que conhecemos (ou até mesmo inexistentes).
Compreender essa dinâmica nos faz compreender como a natureza se fez perspicaz. Se a fauna e a flora existem no nosso planeta, é por intermédio do campo magnético que, além de nos proteger, proporcionou ao ser humano evoluir, compreender a sua importância e decifrar os seus mistérios.
*Hugo Henrique Amorim Batista é licenciado em Física e Matemática, especialista em Educação. Docente da área de Exatas da Uninter