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22/09/2022 às 16h31min - Atualizada em 23/09/2022 às 00h01min

Saúde emocional deve ser cuidada desde a alfabetização

Coordenadora Pedagógica da Mind Lab, Miriam Dantas, explica a importância da atenção ao tema nas escolas desde a infância e aponta estratégias

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Pixabay

A campanha Setembro Amarelo marca  oficialmente o período de combate mundial de prevenção ao suicídio. O momento reforça atenção e cuidado com todos os entes queridos, especialmente as crianças. Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que uma em cada quatro crianças e adolescentes apresentou ansiedade e depressão com níveis clínicos durante a pandemia. 

Miriam Dantas, coordenadora Pedagógica da Mind Lab, líder brasileira em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de impacto social focada na abordagem socioemocional, alerta: esquecer de incluir os mais novos no cuidado sobre saúde mental ainda é habitual entre os adultos. Por isso, os professores têm um importante papel no cuidado à saúde emocional dos pequenos. E precisam estar atentos sobre o tema para recorrer aos cuidados de profissionais da área. 

“A inclusão de uma metodologia socioemocional nas escolas também é um caminho para a melhor  identificação de problemas com a saúde emocional das crianças”, aponta a coordenadora. A aprendizagem proporciona a aquisição de habilidades para reconhecer e gerenciar emoções, desenvolver cuidado e preocupação com os outros, tomar decisões responsáveis, estabelecer relacionamentos positivos e lidar com situações desafiadoras de forma eficaz. Diversos estudos já demostraram que essa abordagem tem impactos positivos no desempenho acadêmico dos alunos, aumentando as chances de sucesso na escola e no decorrer da vida.

A saúde mental fragilizada se apresenta de diversas formas e ter um time de profissionais ou ação estruturada que busque identificar padrões de comportamento do dia a dia, torna o  combate ao problema mais rápido. Entre alguns pontos de atenção estão a ausência em atividades, o choro excessivo, a falta de linguagem oral e expressiva e ausência de atenção. Caso alguns dos comportamentos observados não seja somente pontual, é necessário tomar algumas medidas, como:

Contato com familiares

Entrar em contato com familiares é o ideal, explicando a situação e analisando, juntos, como poderão seguir para melhorar as questões de saúde da criança. “Nesse momento, é primordial que a escola chegue com palavras de conforto e confiança, visto que, a rotina da criança é parcialmente focada nas atividades escolares e os educadores são o centro de contato direto com os alunos”, comenta a coordenadora.

Avaliação diagnóstica e flexibilidade pedagógica

Após contato com familiares, o processo de avaliação diagnóstica precisa ser analisado junto às principais dificuldades e facilidades de aprendizagem da criança, entendendo quais são as  atividades escolares que o aluno mais se interessa, por exemplo, pintar, desenhar, jogar, etc. Em seguida, propor formas alternativas para desenvolvimento, como atividades complementares de raciocino lógico, estimulação da linguagem oral e escrita, memória, percepção ou imaginação. “Se adequar a necessidade do aluno é estratégia do professor, ter uma flexibilidade acessível se torna necessário nesse momento” explica.

Jogos e alfabetização

A fim de manter o processo de alfabetização das crianças, é possível utilizar jogos de raciocínio para estimular a aquisição de competências cognitivas, sociais e emocionais pelos alunos. O objetivo é melhorar ainda mais o desenvolvimento cerebral, estimulando os neurotransmissores corretos para melhoria na saúde mental. “Estudos comprovam que o uso de jogos promove comportamentos e aprendizados desejados, além do que, manter o uso de jogos também traz tarefas necessárias para manter uma socialização maior em grupo”, finaliza Miriam Dantas. 


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