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20/10/2022 às 17h38min - Atualizada em 21/10/2022 às 04h02min

Endometriose: especialista alerta que doença pode atingir outros órgãos da mulher

Apesar de comumente afetar o aparelho reprodutivo, quadro pode atingir pulmão, fígado e até mesmo o coração em casos mais raros. Médico orienta sobre importância de prestar atenção aos sinais do corpo

SALA DA NOTÍCIA Adriane Garotti

Imagem: Freepik

Uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva sofre de endometriose. Apesar da alta incidência, o diagnóstico ainda é uma preocupação, pois costuma levar até dez anos para ser feito, e há outras facetas da doença que são desconhecidas pela maior parte das pessoas. Uma delas é que a endometriose nem sempre se limita aos órgãos reprodutivos da mulher, podendo atingir outras áreas do corpo.

“Casos em que a endometriose ocorre em órgãos mais distantes do aparelho reprodutor não são tão comuns, mas podem acontecer. É uma condição que precisa de atenção. É possível também que a endometriose não se limite apenas à superfície, mas afete o interior do órgão. Este seria um tipo mais grave da doença, conhecido como endometriose infiltrativa profunda, que pode impedir o bom funcionamento do órgão afetado”, alerta o médico Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

O mais importante, segundo o especialista, é a mulher estar atenta aos sinais do corpo e procurar uma avaliação médica o quanto antes, se perceber qualquer alteração. “É comum a normalização de alguns sintomas da endometriose, sobretudo as cólicas, e este é um erro que acaba atrasando o diagnóstico. Ao procurar avaliação médica, serão feitos exames específicos, como ultrassom ou ressonância magnética, e a partir daí é indicado o melhor tratamento, que pode ser hormonal ou, em alguns casos, cirúrgico. A endometriose pode causar dor em outras partes do corpo também, como lombar e até mesmo no ombro, por isso, é fundamental ter atenção a esses sinais”.

A endometriose ocorre quando restos da menstruação não são expelidos adequadamente e são liberados nas trompas de falópio ou no interior da pélvis. Isso faz com que o endométrio comece a crescer sobre outros órgãos além do útero, formando manchas de tecido endometrial. Esse tecido se insere e se desenvolve em áreas periféricas como ovários, intestino, bexiga, e, em casos mais incomuns, podendo invadir áreas mais distantes, como o pulmão, fígado e até mesmo o coração.


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