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07/11/2022 às 17h32min - Atualizada em 08/11/2022 às 00h02min

Doação de órgãos, um ato de amor ao próximo

Por Kátia de Boer

SALA DA NOTÍCIA Kátia de Boer

Cláudio Belli

O verde, cor da esperança, foi escolhido como símbolo mundial de uma causa que deveria ser de todos; a de doar órgãos. É muito importante colocarmos esse assunto em pauta e entendermos o impacto que ele traz para tantas pessoas que esperam por um ato de humanidade para sobreviver é fazer o exercício de se colocar no lugar do outro. Imagine estar em uma fila de hemodiálise, por exemplo, esperando por um transplante de rim ou em uma máquina que faz a função do seu coração até que se tenha acesso a um doador. Não é fácil, é cruel, mas é possível diminuir esta espera se o número de doadores aumentasse. Imagine quanto sofrimento e vidas poderiam ser poupados quando se escolhe pelo ato de solidariedade ao próximo. Já parou para pensar nisso?

Apesar da discussão sobre o assunto ter crescido nos últimos anos, a doação de órgãos ainda é muito polêmica e de difícil aceitação pelos familiares envolvidos, principalmente pela incompreensão sobre a morte encefálica, questões religiosas e pela falta de preparo dos envolvidos para fazer a comunicação sobre a morte.

Segundo a ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, as questões emocionais influenciam muito na decisão de fazer a doação. Portanto, se faz necessário colocar-se no lugar do outro, pois quem doa está permitindo que um amigo, um parente ou mesmo algum desconhecido continue a viver entre nós. A doação de órgãos é um ato de amor ao próximo!

Porém, é importante ressaltar que no primeiro trimestre deste ano o número de transplantes caiu 6,9% em comparação aos três primeiros meses de 2021, conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes divulgados em junho pela ABTO. Houve queda na taxa de doadores de todos os tipos de órgãos. As maiores foram: pâncreas 37,5%, pulmão 25%, rins 13,8%, coração 12,5%, células hematopoiéticas 12,2%, fígado 11,5% e córneas 7,1%.

Por outro lado, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA, e o SUS - Sistema Único de Saúde é o maior programa público do mundo de transplante de órgãos, tecidos e células. O SUS é responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante pela rede pública.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o sistema público de transplante brasileiro conta com uma central nacional e 27 centrais estaduais; 648 hospitais; 1.253 serviços e 1.664 equipes de transplantes habilitadas. A procura por órgãos é feita por 78 organizações. Existem 516 comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplantes, 52 bancos de tecido ocular, 13 câmaras técnicas nacionais, 12 bancos de multitecidos e 48 laboratórios de histocompatibilidade.

Qualquer pessoa pode ser doadora, desde que não prejudique a própria saúde. Para doar basta conversar com a família sobre este desejo e a doação só será feita após autorização familiar. É possível doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Podem ser doadores parentes até o quarto grau e cônjuges. Aqueles que não são parentes necessitam de autorização judicial.

Os doadores falecidos são pacientes diagnosticados com morte encefálica, geralmente vítimas de acidentes cerebrais, como traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC). Os órgãos doados vão para pacientes que aguardam o transplante em uma lista única da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Atualmente, no Brasil, existe mais de 50 mil pacientes aguardando transplantes, sendo que destes, mais de 30% precisam de um rim, doação que pode ser feita entre vivos. Por isso, é importante que todos se unam para ajudar a alterar esta triste realidade, e fazer com que cada doador seja considerado como um herói, alguém capaz de restituir a vida a seu semelhante.

  * Kátia de Boer é Diretora Comercial da SAFE CARE, consultoria especializada na área de benefícios saúde e CEO da SAFE GROUP


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