08/12/2022 às 10h20min - Atualizada em 12/12/2022 às 00h02min
Gordura no fígado: uma doença silenciosa que atinge 25% da população mundial
Gastroenterologista do São Cristóvão Saúde explica gravidade dos sintomas e por que não devem ser negligenciados
SALA DA NOTÍCIA São Cristóvão Saúde/ assessoria
Cerca de um quarto da população mundial adulta é afetada por uma doença silenciosa, chamada esteatoose hepática não alcóolica (EHNA). De acordo com pesquisas, essa será a maior causa de doença hepática crônica do mundo, chegando a acometer até 46% dos adultos e será ainda a maior causa de transplante hepático no mundo, superando a hepatite C. Diante de informações tão alarmantes, por que muitas pessoas negligenciam a esteatose?
Gastroenterologista no São Cristóvão Saúde, Dra. Tabata Cristina Alterats Antoniaci explica que a definição científica para essa doença é o acúmulo de lipídeos (substato da quebra da gordura) nos hepatócitos (células do fígado) e, por tal razão, possui o nome popular de “gordura no fígado”. Dentre as causas, estão obesidade, dislipidemia, diabetes mellitus (DM) e Síndrome Metabólica e tais alterações podem impactar na glicemia e até a evolução para fibrose, levando a hepatopatia crônica, conhecida como cirrose hepática.
“É uma doença silenciosa, que pode evoluir sem nenhum sintoma e, quando descoberta, geralmente por meio de sintomas como aumento da sede ou manchas negras em locais de dobras no corpo, nos diabéticos, ou aumento da circunferência abdominal em pacientes com síndrome metabólica, o quadro já estar avançado”, exemplifica Dra. Tabata. Desse modo, o diagnóstico ocorre incidentalmente em exames de rotina, como laboratoriais e sanguíneos periódicos. Assim, sempre enfatizamos aos pacientes a importância de um “check up” de rotina”, salienta a especialista.
Grupos de risco
O grupo de risco é vasto e está crescendo, por ser associado ao “combo” de mal do século: a má alimentação, sedentarismo e obesidade e suas complicações.
• Causas primárias (causam efeito direto no fígado):
- obesidade
- resistência a insulina ( popularmente chamado de “pré- diabetes”
- dislipidemia ( colesterol e triglicerídeos alterados)
- diabetes
- hipertensão arterial sistêmica
- síndrome metabólica – presença de 3 ou mais dos seguintes fatores ( obesidade central (aumento da gordura no abdômen), hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes).
• Causas secundarias (afetam indiretamente o fígado):
- Medicamentos: amiodarona, corticosteroídes, estrógenos, tamoxifeno.
- Toxinas ambientais: produtos químicos
- Esteroides anabolizantes
-Cirurgias abdominais: bypass jejuno-ileal, derivações bilio-digestivas.
Em casos mais graves, quando há hepatopatia crônica, já na fase final da esteatose, é quando a fibrose hepática já esta instalada no fígado. “Hemorragias podem ocorrer principalmente pela boca, chamada hemorragia digestiva alta, que de um modo geral, é causada pela ruptura de varizes de esôfago ou gástricas; devido ao aumento da pressão das veias e inclusive esôfago e estomago, e essa pressão leva a hemorragia”, pontua a gastro. A confusão mental também é um dos sintomas e acontece pelo acúmulo de amônia e sua dificuldade em ser eliminada pelas fezes. “Para evitar essas complicações, o paciente hepatopata deve ser acompanhado de perto por uma equipe multidisciplinar, guiada pelo gastroenterologista ou hepatologista”, complementa a médica.
Tratamento
Não existe medicamento que reduza a gordura do fígado. Desse modo, de acordo com Dra. Antoniaci, o tratamento deve ser individualizado e baseado nos achados dos exames realizados durante o diagnóstico, primeiramente com foco no fator desencadeante da doença, resultando em uma possível regressão da doença. “A base do tratamento é a mudança de hábitos e estilo de vida, com melhora do padrão alimentar e atividade física, levando a perda de peso, diminuição da circunferência abdominal e estabilização dos níveis dos exames alterados”, finaliza a especialista do São Cristóvão Saúde.
Sobre o Grupo São Cristóvão Saúde Administrado pela Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão, o Grupo São Cristóvão Saúde possui 10 Unidades de Negócio, que englobam: Hospital e Maternidade, Plano de Saúde, Centros Ambulatoriais, Centro Cardiológico, Centro Laboratorial (CLAV), Centro Endogástrico (CEGAV), Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS), Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP Dona Cica) e Filantropia. Referência em saúde, na cidade de São Paulo, a Instituição completou 110 anos em dezembro de 2021. O Grupo promove uma grande modernização e expansão em sua estrutura física e tecnológica, investindo em equipamentos, certificações e profissionais qualificados. Atualmente, o complexo hospitalar conta com 309 leitos, além de oito Centros Ambulatoriais, que realizam milhares de consultas, proporcionando qualidade assistencial às mais de 160 mil vidas do Plano de Saúde e 18 mil vidas do Plano Odontológico.
O Grupo São Cristóvão Saúde tem como Presidente/ CEO o Engº Valdir Pereira Ventura, responsável pelas Unidades de Negócio e, desde 2007, atuando à frente das decisões Institucionais.