MENU

10/01/2023 às 17h06min - Atualizada em 15/01/2023 às 00h00min

Ruptura de um Aneurisma da Aorta Abdominal pode ser fatal quando não tratada em tempo hábil

Taxa de mortalidade dos pacientes que chegam vivos aos hospitais varia de 40 a 70%. Se considerarmos os óbitos pré-hospitalares, esse percentual sobe para 90%

SALA DA NOTÍCIA Way Comunicações
Divulgação


Quando se trata da manutenção da saúde arterial, o diagnóstico precoce pode ser decisivo para o sucesso de um tratamento e salvar vidas. Qualquer doença considerada grave, ao não ser detectada cedo, pode trazer consequências fatais, como é o caso do Aneurisma da Aorta Abdominal (AAA). Essa condição evolui de forma assintomática e, por muitas vezes, só vem a ser descoberta quando não há mais a possibilidade de reverter o quadro.

A Aorta, principal e maior artéria do corpo humano, é a responsável por transportar o sangue do coração para todas as partes do corpo. Ela se ramifica em diversas outras artérias, passando pelo peito, abdômen e membros inferiores. Nos casos do Aneurisma da Aorta Abdominal, a artéria localizada no abdômen sofre uma dilatação de, no mínimo, 50% do seu diâmetro natural. Para a maioria dos pacientes adultos, a dilatação acima de três centímetros já é considerada aneurismática.

Ao longo do tempo essa dilatação vai se enfraquecendo até que se rompe, e esse processo pode levar a pessoa ao óbito. “A ruptura de um AAA, quando não tratada em tempo hábil, é fatal. A taxa de mortalidade dos pacientes que chegam vivos aos hospitais varia de 40 a 70%. Se considerarmos os óbitos pré-hospitalares, esse percentual sobe para 90%. A maioria dos óbitos ocorre em decorrência de complicações pós-operatórias motivadas pelo choque hemorrágico e sua consequente resposta inflamatória sistêmica”, explica o cirurgião vascular e membro da Comissão de Aneurismas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Alexandre Maiera Anacleto.

A periculosidade desta condição se dá por sua evolução silenciosa, com poucas manifestações – sendo elas dores abdominais ou lombares, hipotensão (pressão baixa), choque, isquemia de membro (falta de fornecimento sanguíneo) e febre – ou praticamente assintomática.  “O diagnóstico pode ser feito ocasionalmente por meio de um exame de imagem para diagnosticar outra patologia, como ultrassom, ressonância magnética e tomografia do abdômen ou da coluna lombar”, esclarece o Dr. Anacleto. Ainda de acordo com o profissional, a probabilidade de se identificar a doença com exames físicos é bem baixa, de 30 a 40% das vezes, assim como as chances de outros sinais se manifestarem. “O aparecimento de outros sintomas relacionados ao AAA, como embolia periférica, compressão de estruturas adjacentes e trombose do aneurisma, é raro”, declara.

Os casos de AAA costumam ser mais frequentes em homens acima dos 60 anos, com uma incidência anual de 6,5 pacientes masculinos a cada mil habitantes. Nas mulheres ocorrem mais tardiamente, mas, em média, as artérias se rompem com diâmetros 10 mm menores do que em pacientes masculinos. Segundo o Dr. Anacleto, estima-se que em São Paulo, de 1,8% a 3% das pessoas com 50 anos ou mais tenham aneurisma da aorta abdominal. No subgrupo de homens com 60 anos ou mais, a prevalência está entre 4,3% e 8%.
O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Um tabagista possui sete vezes mais chances do que um não fumante de desenvolver o AAA, e o tempo de exposição ao fumo aumenta essa probabilidade, mais do que o número de cigarros consumidos. Outros fatores como a hipertensão arterial, a obesidade e o colesterol alto contribuem para a evolução da doença.

Ao receber o diagnóstico de aneurisma, é necessário ter acompanhamento clínico e realizar, anualmente ou semestralmente, o exame de Eco Doppler para observar a sua progressão. Se a dilatação ultrapassar os níveis considerados estáveis - 5,0 cm para pacientes de baixo risco cirúrgico, e 5,5 cm para os que possuem risco moderado - o médico deve avaliar se é necessário um tratamento cirúrgico tradicional ou endovascular. “Cada técnica tem suas vantagens e desvantagens, sendo necessário discuti-las com seu cirurgião vascular para ver qual é a melhor para cada paciente”, pontua o Dr. Alexandre.

“O Aneurisma da Aorta Abdominal é uma das principais causas de mortalidade cardiovascular. Não é incomum que a primeira manifestação da doença seja a ruptura, que está associada a altíssimos índices de mortalidade. Por isso, é muito importante que toda a população com mais de 60 anos, sobretudo aqueles que possuem fatores de risco para a doença aterosclerótica como a hipertensão, tabagismo, dislipidemias, obesidade e o sedentarismo, procure um cirurgião vascular para uma consulta médica e, eventualmente, realizar um Eco Doppler Vascular. Isso é válido também para todos aqueles que possuem histórico familiar”, declara o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular da Regional São Paulo, Dr. Fabio H. Rossi.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).
 
 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://gazetacentrooeste.com.br/.
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp