13/02/2023 às 16h34min - Atualizada em 14/02/2023 às 00h00min
Dia Internacional da Luta Contra o Câncer Infantil: Os desafios da doença no Brasil
De acordo com levantamento do INCA, no Brasil, o câncer é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, com desigualdade regional nas chances de cura
SALA DA NOTÍCIA Paula Granha Fiuza
No Mundo, metade da população não tem acesso a todos os serviços essenciais de saúde. De acordo com levantamento recente do Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil teve um salto no número de médicos e hoje apresenta cerca de 545,4 mil profissionais estão em atividade no país. Isso dá 2,56 para cada mil habitantes - próximo ao índice de outros países, como os Estados Unidos. Entretanto, os dados mostram desigualdade na distribuição e fixação de profissionais, com menos médicos no interior e em cidades pequenas. Quando o assunto é câncer, essa desigualdade fica ainda mais em evidência. “Apesar de vivermos em uma época de avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, ainda há um cenário de desigualdade nas chances de cura do câncer infantojuvenil. Segundo o levantamento do Instituto Nacional de Câncer, o Inca, enquanto as chances médias de sobrevivência nas regiões Sul do Brasil são de 75% e na região Sudeste são de 70%, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte elas são de 65%, 60% e 50% respectivamente.”, relata Francisco Neves, superintendente institucional e fundador do Instituto Ronald McDonald. Por isso, todo dia 15 de fevereiro, o mundo volta seus olhares para o tema marcado pelo Dia Internacional da Luta contra o Câncer Infantil. Criada em 2001, a campanha global busca conscientizar a população mundial sobre o câncer infantil e apoiar crianças e adolescentes com a doença, além de seus familiares. “O câncer não é uma doença fácil de encarar. Estamos felizes por encontrar um lugar onde somos tão bem acolhidos. Aqui é a nossa segunda casa”, afirma Sandra, mãe da Maria Vitória e hóspede do Programa Casa Ronald McDonald, um dos programas coordenados pelo Instituto no Brasil. De acordo com levantamento do INCA- – Instituto Nacional do Câncer, no Brasil, o câncer é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos No Brasil, o tempo entre a percepção de sintomas e a confirmação diagnóstica do câncer infantojuvenil é longo e por isso muitos pacientes chegam ao tratamento em fase avançada da doença. De acordo com pesquisa realizada pelo Inca, cerca de 80,8% dos pacientes que iniciaram o tratamento da doença chegaram ao hospital sem diagnóstico. Para mudar essa realidade, há quase 24 anos o Instituto Ronald McDonald atua para propiciar saúde e bem-estar de crianças, jovens e suas famílias e contribui para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil. “Trabalhamos diariamente com o propósito de impulsionar e promover um amanhã mais saudável e com maiores oportunidades para todos, com acesso aos melhores serviços de saúde. Nossa ideia é trabalhar para que mais crianças cheguem ao hospital no estágio inicial da doença, diminuindo os custos para o tratamento e aumentando as chances de cura. Por isso, investimos no programa Diagnóstico Precoce”, conclui o superintendente do Instituto. O programa capacita profissionais e estudantes da saúde e sensibiliza profissionais da educação básica sobre o tema. O conhecimento e alerta dos sinais e sintomas podem ser decisivos para a detecção e diagnóstico precoce, fundamental para aumentar as chances de resultados positivos durante o tratamento da doença. O programa auxilia os profissionais de saúde e da área de educação a terem conhecimento sobre os sinais sugestivos do câncer infantojuvenil, e orienta sobre o encaminhamento adequado para as crianças ou adolescentes que apresentam possíveis sintomas. Nas localidades em que profissionais foram capacitados, os resultados do programa Diagnóstico Precoce apontaram os seguintes indicadores: aumento de 23% nos encaminhamentos de crianças e adolescentes com suspeição da doença para um serviço especializado, diminuição de 61% no tempo entre a suspeita e o diagnóstico (de 13 para 5 semanas). Nos locais não capacitados, essa taxa de tempo entre a percepção e diagnóstico apresentou redução de 25% (8 para 6 semanas). Desde sua fundação, em 8 de abril de 1999, o Instituto Ronald McDonald, vencedor do prêmio de Melhor ONG em saúde e classificado por quatro anos consecutivos entre as 100 melhores ONGs do Brasil de acordo com o Instituto Doar e a Revista Época, desenvolve e coordena programas como Diagnóstico Precoce, Atenção Integral, Espaço da Família Ronald McDonald e Casa Ronald Mcdonald. Para conhecer as campanhas de arrecadação e programas do Instituto Ronald McDonald, acesse o site: https://institutoronald.org.br/ Sobre o Instituto Ronald McDonald Organização sem fins lucrativos, o Instituto Ronald McDonald (IRM) há quase 24 anos atua para propiciar saúde e bem-estar de crianças, jovens e suas famílias e contribui para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil. Para atingir esse objetivo, o Instituto Ronald McDonald trabalha promovendo a estruturação de hospitais especializados, a hospedagem para famílias que residem longe dos hospitais, a capacitação de estudantes e profissionais de saúde para realizarem o diagnóstico precoce, incentiva a adesão a protocolos clínicos e promove disseminação de conhecimento sobre a causa. A ONG faz parte do sistema beneficente global Ronald McDonald House Charities (RMHC), presente em mais de 60 países, coordenando os programas globais: Casa Ronald McDonald, voltado para a hospedagem, transporte e alimentação dos pacientes; e o Programa Espaço da Família Ronald McDonald, que torna menos desgastante o dia a dia das famílias durante o tratamento. No Brasil, há ainda outros dois programas locais: Atenção Integral e Diagnóstico Precoce, com ações específicas de combate ao câncer infantojuvenil. O Instituto conta com o apoio de diversas empresas e pessoas físicas para desenvolver e manter seus programas. Saiba mais sobre os programas e as instituições beneficiadas em www.institutoronald.org.br.