06/04/2023 às 14h31min - Atualizada em 09/04/2023 às 00h00min
Muito além das facetas: bruxismo requer tratamento multiprofissional
Com o aumento da disfunção no pós-pandemia, facetas dentárias têm sido usadas para corrigi-la, contudo, a odontóloga Márcia Luz alerta que o tratamento não é o mais adequado
SALA DA NOTÍCIA Kasane Comunicação Corporativa
Imagem ilustrativa (divulgação) O bruxismo é uma atividade muscular mastigatória repetitiva caracterizada por apertar ou ranger os dentes e projetar a mandíbula, podendo ocorrer de duas formas: no sono e na vigília. No sono, ocorre enquanto o indivíduo dorme e na vigília ocorre enquanto os indivíduos estão acordados e pode estar associado a fatores psicológicos. Por essa razão, acredita-se que houve um aumento do bruxismo com a ocorrência da pandemia de Covid-19, já que nesse período houve um crescente sofrimento psicológico, de sintomas psíquicos e de transtornos mentais. Essa disfunção tem origem emocional, funcional e fisiológica e, no âmbito funcional, o tratamento é feito com profissionais da Odontologia. Contudo, a odontóloga especialista em Endodontia Microscópica Márcia Luz afirma que a forma correta de tratar o bruxismo não é apenas por meio da reabilitação oral com facetas, sejam elas de porcelana ou resina. “O tratamento de faceta somente reconstrói o dente quebrado, mas se o bruxismo não for tratado de maneira multifatorial, a faceta vai quebrar do mesmo jeito, e a solução será somente temporária. Se o ato de ranger ou o apertar foi capaz de quebrar um dente, imagina se não vai quebrar uma faceta”, alerta. Márcia Luz destaca que o paciente deve passar por uma avaliação odontológica, na qual é verificada a ausência e o desalinhamento de dentes. “Orientamos o paciente a repor os dentes ausentes com implante e realizar o alinhamento da mordida com o aparelho. Feito isso, iremos confeccionar a placa. Essa pode ser confeccionada de vários materiais e cada uma será indicada para um tipo de paciente para uso diário ou noturno, levando-se em consideração, também, a estética”, explica. E ainda reforça: “A odontologia sozinha não consegue curar o bruxismo do paciente. É necessário um atendimento multiprofissional”. Terapia Por ser multifatorial, o bruxismo está diretamente relacionado ao estilo de vida das pessoas. “O corpo somatiza por meio do bruxismo. Isto é, o sofrimento psicoemocional causado pelas preocupações, tensões, estresse e ansiedades podem se transformar em desconfortos e sintomas no organismo. Sendo assim, o bruxismo pode ser considerado uma resposta a algum tipo de sofrimento psicológico, o qual afeta negativamente a qualidade de vida das pessoas”, explica a psicóloga do Hemolabor, Thalita Agati. Para Thalita, além da abordagem física do paciente para o tratamento do bruxismo e de todas as suas consequências, que ocorre por meio de dentistas, médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e até nutricionistas, deve haver uma atenção especial para as medidas terapêuticas. “É importante compreender, de maneira singular, o surgimento do bruxismo em cada pessoa. A psicoterapia pode ajudar o paciente a ter um estilo de vida melhor e mais saudável, dando novos significados a situações estressantes do dia a dia, diminuindo a ansiedade, trazendo soluções para algumas preocupações e, consequentemente, com isso diminuir o movimento involuntário de ranger os dentes”, conclui. Sobre a odontóloga Márcia Luz Márcia Luz Marques está à frente da Clínica Luz Odontologia Integrada, um centro de especialidades odontológicas e de saúde bucal, que propõe um apoio integral do paciente para promover o seu bem-estar completo, com atendimento odontológico integrado a outras áreas saúde, entre elas o acompanhamento médico, nutricional e psicológico. Sobre a psicóloga Thalita Agati Psicóloga especialista em Cuidados Paliativos pela PUC e Psicologia Hospitalar pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Atua no Hemolabor, grupo referência no diagnóstico e tratamento de câncer no estado de Goiás e na região Centro-Oeste. Atualmente o grupo conta com três unidades: o Hospital Hemolabor, o Banco de Sangue e o Laboratório, contando com mais de 500 colaboradores diretos. Para garantir ainda mais qualidade e segurança em todo o tratamento, o Grupo Hemolabor foi recertificado com Acreditação de Excelência – Nível 3, da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Tornando-se o único de centro de oncologia, hematologia e banco de sangue com essa qualificação na região Centro-Oeste.