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20/04/2023 às 11h42min - Atualizada em 23/04/2023 às 00h00min

A desigualdade e os reflexos da pandemia no mundo

(* ) Elaine Grácia de Quadros Nascimento

SALA DA NOTÍCIA NQM Comunicação
https://www.uninter.com
Divulgação


A Covid começou na China, em 2019, e muito rapidamente tomou conta do mundo tod0. Com ela veio o medo do desconhecido e a pesquisa científica imediatamente se iniciou. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a importância do distanciamento social, do uso de máscaras e a higienização das mãos. Essas ações tinham como principal objetivo, diminuir a transmissão da doença.

Não se tinha nem vacina e nem um medicamento efetivo para a COVID - 19, então o que a OMS orientou foram as medidas de prevenção, e entre elas estava a indicação de um confinamento, que vários países fizeram rigorosamente, e  isso afetou diretamente a estrutura socioeconômica dos países.

 No Brasil, pesquisadores da saúde consideram que o acesso às vacinas está entre os indicadores mais evidentes de que a resposta à pandemia ocorreu de forma desigual. Enquanto países como Chile, Cuba e Japão aplicaram mais de três doses por pessoa, mais de 70 países no mundo aplicaram menos que uma dose. Em todo o mundo, mais de 13,2 bilhões de doses foram aplicadas, sendo menos de 1 bilhão, no continente africano.

 Essas iniquidades sempre existiram, porém com a gravidade da pandemia e as normas que regulamentaram as medidas de prevenção da doença fizeram com que essas diferenças aumentassem ainda mais. Além de todas as diferenças relacionadas as questões socioeconômicas podem ter impacto também no desenvolvimento de doenças, assim como o desequilíbrio do ecossistema, nos desmatamentos, entre outros efeitos nocivos ao meio ambiente e para a população. Para amenizar todos esses efeitos, também é preciso que o governo e a sociedade discutam o que funcionou e o que deu errado ao longo da crise da covid-19, para que as lições sejam aprendidas.

Um ponto importante dessa pandemia seria a análise das desigualdades sociais, porém, os dados oferecidos pelo índice  alertam que a situação de desigualdade social em saúde no Brasil preexistia à Covid-19. Antes da pandemia, 98% dos municípios da Região Norte estavam nos agrupamentos 4 e 5, os dois piores grupos classificados pelo IDS-Covid-19. Na Região Sudeste eram 35% dos municípios e, no Sul, apenas 7%. “As desigualdades entre as regiões se aprofundaram, considerando que há uma melhoria dessas desigualdades em alguns municípios, embora não seja grande, enquanto outros permaneceram em situação crítica”, destaca a epidemiologista Maria Yury Ichihara, coordenadora do projeto que desenvolveu o IDS-Covid-19.(Fiocruz, 2022).

Compreendemos por esses dados que as desigualdades sociais no Brasil, durante a pandemia, foram se mantendo em patamares semelhantes ao de antes da pandemia, e que isso nos traz o pensamento reflexivo de que precisamos urgente criar outras medidas, que realmente impactem na melhoria dos indicadores sociais da população.

A pandemia nos trouxe algumas lições, onde devemos olhar as populações mais vulneráveis com outros olhos sempre, independente de uma pandemia. E que junto a isso, precisamos cuidar do nosso ecossistema, do meio ambiente e das situações que predispõem ao adoecimento e agravamento das situações desfavoráveis de saúde.

(*) Elaine Grácia de Quadros Nascimento é enfermeira, mestra em Saúde Coletiva e professora da Escola Superior Única de Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

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