29/05/2023 às 19h28min - Atualizada em 30/05/2023 às 00h00min
Bruxismo: causas, sintomas e tratamentos
O Cirurgião dentista Dr. Rafael Moreira, explica as causas e consequências de pressionar ou ranger os dentes.
SALA DA NOTÍCIA Jéssika Rezende
Claudiana Assessoria de Imprensa
Divulgação O bruxismo é uma condição médica que afeta muitas pessoas ao redor do mundo. É caracterizada pelo hábito involuntário de ranger ou apertar os dentes, principalmente durante o sono. Esta condição pode causar desconforto significativo e, se não tratada adequadamente, pode levar a uma série de sintomas, incluindo dores faciais, sensibilidade dentária, desgaste dentário excessivo, lesões na língua, dores de cabeça e dores na mandíbula.
Infelizmente, muitas pessoas que sofrem com bruxismo tendem a procurar ajuda apenas após um longo período com o problema, ou após identificar efeitos avançados, como o desgaste dentário e dores nos músculos da mastigação.
O bruxismo pode ser classificado em duas formas: o diurno e o noturno. O bruxismo diurno, também conhecido como bruxismo de vigília, ocorre enquanto o paciente está acordado. Ele é caracterizado clinicamente pelo apertamento dental e pelas contrações prolongadas dos músculos da mastigação. Já o bruxismo noturno está principalmente ligado a distúrbios do sono. A pessoa afetada aperta, desliza ou bate os dentes involuntariamente durante o sono.
Apesar de ser uma condição comum, as causas do bruxismo ainda são desconhecidas e não há consenso científico sobre as causas do problema. No entanto, alguns fatores que podem predispor o bruxismo estão associados ao estresse, ansiedade, depressão, condições neurológicas, efeitos secundários de medicamentos, uso de substâncias como álcool e cigarro, dores de dentes, dores de cabeça, insônia e enxaquecas crônicas. O bruxismo também pode ser um sintoma de outras doenças, como a doença de Parkinson.
É fundamental que o tratamento seja individualizado e leve em consideração as particularidades de cada paciente. O tratamento pode incluir o uso de placas oclusais, terapia comportamental, mudanças no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos e técnicas de relaxamento, e, em casos graves, pode ser necessário o uso de medicamentos ou toxina botulínica.
O tratamento com toxina botulínica é um procedimento simples e indolor, realizado em consultório. Antes da aplicação, é feito um planejamento para garantir a segurança e definir os pontos de injeção nos músculos masseter e temporal. É aplicada uma pomada anestésica e a toxina é injetada utilizando uma agulha. O procedimento leva cerca de 20 minutos e pode causar pequenos hematomas e dores no local após a aplicação. Após o procedimento, o paciente deve evitar coçar ou realizar atividades físicas intensas, mas pode voltar às suas atividades normalmente.
Os efeitos da toxina incluem a melhora do bruxismo noturno e diurno, das dores nas articulações temporomandibular e da dor de cabeça matinal, além de interromper o desgaste dentário. A toxina botulínica precisa ser reaplicada a cada 3 a 4 meses. É importante lembrar que o tratamento é multidisciplinar e pode envolver outros profissionais, como psicólogos, fisioterapeutas e psiquiatras.
O bruxismo não tem cura, mas pode ser aliviado com os tratamentos disponíveis, sendo importante a consulta a um profissional qualificado para diagnosticar e tratar o problema de forma adequada. Além disso, um acompanhamento odontológico regular é fundamental para diagnosticar o bruxismo no início e evitar piores consequências.
@drraphaelmoreira