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15/06/2021 às 14h40min - Atualizada em 15/06/2021 às 14h40min

Esquema criminoso na Agetop provocou prejuízo de R$ 46 milhões ao estado de Goiás, diz Polícia Civil

Esquema criminoso na Agetop provocou prejuízo de R$ 46 milhões ao estado, diz PC. Operação apura irregularidade em obra superfaturada

Aulus Rincon
Mais Goiás

Operação também cumpriu mandado em endereço do ex-governador José Eliton (PSDB) (Foto: divulgação/PC)

A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira (15), 12 mandados de busca e apreensão em casas e outros endereços de empresários e de servidores da antiga Agência de Transportes e Obras Públicas (AGETOP), hoje Agência Goiana de Infra Estrutura (Goinfra). Investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR) apuram irregularidades em uma obra de pavimentação asfáltica, contratada em 2013, que teria provocado um prejuízo de R$ 46 milhões aos cofres do Governo de Goiás.

Dos 12 mandados de busca e apreensão expedidos contra sete pessoas físicas e sete pessoas jurídicas, 10 foram cumpridos em Goiás e dois no Tocantins. Durante a operação, foram apreendidos documentos, celulares e discos rígidos de computadores. No apartamento de um dos investigados, os policiais encontraram dois envelopes, ambos escondidos em uma planta, que tinham dentro R$ 135 mil, e US$ 3.800 em cédulas.

De acordo com o delegado Luiz Gonzaga Júnior, adjunto da DECCOR, o contrato, repleto de irregularidades, foi executado dentro da Agetop, entre 2013, e 2018.
 

“As investigações apontam que dois núcleos foram criados dentro daquela agência, um político e outro financeiro, que permitiram que uma empresa privada recebesse pela realização de uma obra que teria que ser executada por quem de fato ganhou a licitação e que, ao longo dos anos, foi totalmente descaracterizada e superfaturada, provocando um prejuízo de R$ 46 milhões”, descreveu.

A contratação, ainda de acordo com o delegado, teria sido para a execução de uma obra na GO-230, entre Água Fria e Mimoso de Goiás, que sequer foi executada. Ao final das investigações, os suspeitos podem ser indiciados por peculato, organização criminosa, superfaturamento e descaracterização de contratos, bem como por lavagem de dinheiro.



Ex-governador e ex-presidente da Agetop

Luiz Gonzaga Júnior disse que em decorrência da nova lei de abuso de autoridade, não poderia relatar os nomes dos investigados, mas o ex-governador de Goiás e presidente do PSDB regional, José Eliton, confirmou que os policiais realizaram buscas em sua casa e no escritório dele, de onde levaram o celular particular e o HD de um computador. José Eliton se disse surpreso com a operação e afirmou que não poderia se pronunciar por enquanto, já que seus advogados ainda não tiveram acesso aos autos.

Apesar da operação apurar um suposto esquema ocorrido na gestão passada da Agetop, o ex presidente da agência na época, Jayme Rincón, não foi alvo de nenhum mandado de busca ou apreensão hoje. A afirmação foi repassada pelo advogado que defende Rincón, Romero Ferraz, que disse ter conversado no início da tarde com o delegado responsável pelas investigações.

 


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