Segundo a pesquisa “Fraudes em Investimentos no Brasil”, conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 14% dos internautas brasileiros afirmam já terem perdido dinheiro em esquemas fraudulentos. A ESET, empresa líder em detecção proativa de ameaças, adverte que, apesar dos modelos de golpes, como os piramidais ou o esquema Ponzi, existirem há pelo menos um século, eles estão se adaptando à tecnologia. Não apenas porque eles se difundem rapidamente, mas porque podem se apresentar como um app de investimentos que promete um bom retorno.
Os golpes de pirâmide são um esquema de negócios que se apresenta como uma oportunidade de obter um grande retorno econômico e que consiste em formar uma rede baseada na confiança, na qual os novos participantes que a ingressam, iludidos com a ideia de formar parte de um modelo de negócios atrativo, devem investir dinheiro e captar novos investidores que queiram fazer parte dessa rede.
Com o dinheiro investido pelos novos participantes, os golpistas pagam aos mais antigos. Ou seja, os lucros que os participantes obtêm vêm do dinheiro de novos investidores, não de um investimento legítimo ou da venda de um produto. Muitas vezes é confundido com outro esquema fraudulento: o esquema Ponzi. É um modelo de pirâmide muito semelhante, mas com uma diferença, já que no esquema Ponzi as pessoas investem dinheiro em algo, enquanto o esquema de pirâmide oferece a oportunidade de obter dinheiro recrutando novos membros.
No entanto, em ambos os modelos chega um momento em que a rede cresce muito e fica difícil atrair novos investidores, chegando a um ponto em que as pessoas não podem sacar dinheiro quando querem e os criadores da rede desaparecem.
“Embora este tipo de fraude seja menos frequente do que em outras épocas, porque as autoridades reguladoras do mercado estão muito cientes do surgimento desse tipo de esquema, nem todas as partes do mundo proíbem sua implementação, pois existem leis diferentes para cada região”, diz Mario Micucci, Pesquisador de Segurança de Computadores da ESET.
Na América Latina existem vários exemplos recentes, como o caso do Single Grain no Chile em 2022, por exemplo. Esse esquema de pirâmide consistia em um aplicativo no qual as pessoas tinham que investir dinheiro e convidar outras a participar. O app oferecia grande rentabilidade, por isso era muito atrativo. No entanto, acabou se revelando como uma fraude milionária. Outro exemplo, também no Chile, foi o caso do KnightsBridge, esquema em pirâmide que recebeu pelo menos 5 mil reclamações e gerou prejuízos de cerca de 5 bilhões de pesos chilenos. Na Argentina, o criador da Geração Zoe está preso, acusado de realizar um esquema de pirâmide enquanto a justiça investiga centenas de denúncias.
Micucci acrescenta: “Também é importante mencionar que a ascensão das criptomoedas e a falta de regulamentação associada aos criptoativos em geral, faz com que esse tipo de fraude prospere nesse ecossistema, por isso é importante que as pessoas estejam atentas a qualquer proposta ou investimento muito bom para ser verdade. Em 2022, 11 pessoas foram acusadas por seu papel na criação de um esquema Ponzi e pirâmide chamado Forsage, que fingia ser uma plataforma descentralizada de contratos inteligentes. Essa fraude recrutou participantes para depositar criptomoedas e levantou mais de 300 milhões de investidores”.
A ESET compartilha alguns pontos para detectar golpes desse tipo:
“Os golpistas sempre procuraram atrair investidores inexperientes para esses esquemas e, atualmente, estão tentando aproveitar o interesse em criptomoedas também. Observe que eles podem até usar a imagem de figuras públicas para te convencer. Por isso, é importante se manter informado, alerta e desconfiado quando os benefícios são muito bons”, conclui Micucci.
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