O ChatGPT está dando o que falar recentemente, mas será que a ferramenta pode ser uma aliada da educação?
Primeiro, você sabe o que é o ChatGPT? Ele é um chatbot desenvolvido pela OpenAI, que utiliza inteligência artificial e tem se mostrado apto a responder sobre diferentes temas, desde questões escolares, composição de músicas, poemas, entre outros.
Mas, como o ChatGPT faz isso? O chatbot utiliza um mecanismo chamado aprendizagem de máquina, no qual captou de diversas fontes na internet uma infinidade de informações para compor seu banco de dados, inclusive Wikipedia, Twitter, Reddit.
Por se tratar de um bot que simplesmente fornece respostas sobre variados temas, têm-se levantado preocupações de sua utilização no âmbito escolar, ainda mais por alunos do ensino básico, que estão em fase inicial de formação.
Dra. Sandra Paula Tomazi Weber, sócia da área deContratos, Inovação e GED do Peck Advogados, indica alguns pontos de atenção para as escolas sobre o ChatGPT. São eles:
• a confiança de que aquelas informações são verdadeiras ou precisas; • questões éticas relacionadas a vieses da ferramenta, disseminando conteúdos considerados ofensivos e/ou até criminosos, como racismo e outras formas de preconceito; • privacidade e proteção de dados e como os dados pessoais de alunos serão tratados, armazenados e compartilhados pela ferramenta; • a falta de uma educação personalizada, individualizada e que não favoreça o contato humano, método essencial para uma aprendizagem completa para os alunos; • possíveis infrações de propriedade intelectual de autores de livros, músicas, artes em geral, considerando que o chatbot dá respostas segundo os dados coletados na internet.
“Essas são apenas algumas preocupações sobre o ChatGPT no âmbito educacional. É importante que a comunidade escolar esteja atenta e aberta ao debate com pais e, principalmente, alunos sobre o uso dessa ferramenta”, comenta Sandra. “A tecnologia pode ser uma grande aliada do ensino, mas se utilizada de maneira indiscriminada e sem supervisão pode ser um perigo e tanto para a formação de alunos.”
A advogada indica ainda que as escolas devem propor um debate sobre esse tema, e incluir em seus normativos qual a regra sobre o uso de ferramentas como o ChatGPT na criação de trabalhos escolares.