16/06/2023 às 17h25min - Atualizada em 17/06/2023 às 00h00min
No top 10 das cidade inteligentes do país, Brasília ainda esbarra em desafios
Cidade se destaca em tecnologia e inovação, o que pode potencializar o desenvolvimento da capital do país
SALA DA NOTÍCIA Prezz Comunicação
Priscila Burmann Uma cidade inteligente é medida por meio de uma governança participativa e democrática, quando existem impulsionadores de crescimento econômico sustentável, uma elevada qualidade de vida e uma gestão consciente dos recursos naturais. Para tanto é preciso investimentos em inovação e tecnologia para criar ferramentas que propiciem esse desenvolvimento. Diferente de outras cidades, Brasília tem uma peculiaridade: a capital federal foi inaugurada em 1960 e tornou-se patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO em 1987. Porém, com o passar dos anos, a cidade tem enfrentado desafios para se tornar uma cidade inteligente, com tecnologias e infraestruturas que melhorem a qualidade de vida dos seus habitantes.
"Brasília é uma cidade única, com um traçado urbano e arquitetônico que é um marco na história da arquitetura moderna. É preciso encontrar soluções que sejam compatíveis com esse patrimônio, sem descaracterizá-lo", afirma o especialista em negócios e inovação Luis Eduardo Ludgero.
Além disso, a cidade enfrenta desafios comuns a todas as cidades, como o trânsito e a mobilidade urbana. Para o especialista, a tecnologia pode ser uma aliada na solução desses problemas. "Existem diversas tecnologias que podem ser aplicadas na gestão do trânsito e na mobilidade urbana, como sistemas de transporte inteligente, aplicativos de carona compartilhada e monitoramento de tráfego em tempo real", diz o especialista.
Outro desafio importante é a gestão dos recursos naturais. Brasília é uma cidade localizada no cerrado, um bioma que tem sido cada vez mais ameaçado pelo avanço do desmatamento e da urbanização. Para Dudu Ludgero, a implementação de soluções inteligentes pode contribuir para a preservação do meio ambiente. "É possível usar tecnologias como sensores para monitorar o consumo de água e energia, por exemplo, e assim identificar possíveis desperdícios e implementar medidas para reduzir o impacto ambiental", explica.
Mas Brasília também tem pontos a seu favor:segundo lugar no quesito Mobilidade e Acessibilidade, em quarto lugar na categoria Economia e em nono lugar em Tecnologia e Inovação. Esses resultados positivos são em grande parte atribuídos à presença de três Parques Tecnológicos e sete incubadoras de empresas na região.
Por fim, o especialista destaca a importância da participação da população na transformação de Brasília em uma cidade inteligente. "A tecnologia é uma ferramenta importante, mas é preciso que a população se envolva e participe ativamente desse processo. Afinal, são as pessoas que vivem na cidade e que devem se beneficiar das melhorias", finaliza.
Revitalização e preservação de patrimônio
Para Ludgero, o retrofit seria um grande recurso para restaurar, preservar e dar longevidade aos patrimônios. A técnica refere-se à revitalização e modernização de edifícios e infraestruturas existentes para melhorar sua eficiência e incorporar tecnologias avançadas. “No caso de Brasília, o uso de retrofit pode ser uma alternativa viável para tornar a cidade uma cidade inteligente. Primeiramente, porque permitiria a incorporação de sistemas inteligentes em edifícios e estruturas públicas, como sensores de monitoramento de energia, iluminação inteligente e sistemas de gerenciamento de resíduos. Essas tecnologias poderiam otimizar o consumo de energia, reduzir os impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida dos moradores.
Além disso, o retrofit também poderia abranger a infraestrutura de transporte, com a implementação de sistemas de transporte inteligente, como a integração de ônibus e metrô com informações em tempo real para os usuários, reduzindo congestionamentos e melhorando a mobilidade urbana”, explica.
Outro aspecto importante do retrofit em Brasília seria a adaptação dos edifícios históricos e monumentos emblemáticos da cidade, preservando sua identidade arquitetônica enquanto agrega soluções. Por exemplo, a instalação de painéis solares em prédios históricos poderia gerar energia renovável e reduzir a dependência de fontes não sustentáveis. Ainda, a modernização dos sistemas de iluminação pública para lâmpadas LED inteligentes permitiria um controle mais eficiente do consumo energético. “O retrofit poderia transformar Brasília em uma cidade mais eficiente, sustentável e conectada, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos e colocando-a na vanguarda das cidades inteligentes”, conclui.