25/04/2022 às 12h38min - Atualizada em 25/04/2022 às 13h10min
Como a tecnologia NFT afetará o mercado criativo
por Thiago Tieri*
SALA DA NOTÍCIA Luiz Valloto
O termo NFT já não é mais uma novidade para ninguém desde o ano passado, quando se tornou popular no Brasil e no mundo. A sigla NFT significa “token não fungível” (token é a representação digital de um ativo e fungível é algo que pode ser substituído por outro do mesmo modelo). Com isso, é bom explicar que pode-se ter NFTs de todo tipo de criação, como obras de arte, ilustrações, games, autógrafos, fotos exclusivas, músicas, etc. Esse ativo é registrado em uma blockchain – sendo original e de propriedade de uma pessoa, mas permitindo que todos que comprarem tenham direito a uma cópia ou pedaço desse ativo.
Artistas, influenciadores e empresas já lucram milhões de reais apenas vendendo uma pequena parte de uma obra, objeto ou algo exclusivo. Podemos observar esses resultados em estudos já realizados. Segundo o Google Trends, o termo cresceu constantemente em 2021. Se você buscar atualmente “NFT” já vai encontrar mais de 2 bilhões de acessos no Google. Já um outro estudo, publicado em outubro de 2021, para entender os hábitos de investimentos dos brasileiros, pela plataforma Crypto.com, revelou que 74% dos brasileiros pretender ter NFTs no futuro.
O sucesso das NFTs se tornou foco nos setores criativo e tecnológico. Ao meu ver, há vantagens e desvantagens na compra e venda de NFTs. Entre os benefícios para artistas e criadores de conteúdo está o fato de que eles podem disponibilizar seus conteúdos com o objetivo de se aproximar dos fãs, para que eles também tenham uma parte de seu ídolo, além de gerar renda. E entre as principais desvantagens estão a necessidade de ferramentas de cibersegurança constantemente atualizadas, pois pode haver o roubo e exposição de dados. Além disso, outra questão que se deve ter cuidado de verificar é a originalidade da NFT, porque elas podem ser falsas - já há golpes com esse ativo digital. É importante ressaltar que ainda não há uma fiscalização na venda desses ativos. O que torna preocupante para os artistas digitais que estão investindo nessa nova tendência mundial.
Vale observar, também, as mídias sociais de artistas que são ilustradores, designers e animadores e que estão investindo nessa nova tecnologia, pois é um dos públicos de interesse e com quem eu tenho contato diariamente. Então, entendo que pode ser a melhor foma de mostrar o trabalho para as pessoas e conquistar novos admiradores e ou fãs. O profissional tem que pensar no seguinte: se uma ilustração tem mais de 30 mil curtidas no Twitter ou no Instagram, ela pode valer muito como NFT. Assim, é possível comercializar esse trabalho por meio de entregas normais e com a venda de NFTs de trabalhos exclusivos.
Ainda vejo outra vantagem nisso: além de beneficiar estes artistas, as marcas parceiras ou que se relacionam diretamente com esse influenciador serão impactadas também. Pois algo que o artista transformar em um ativo digital, ele pode citar a marca que o ajudou com esse trabalho. Para facilitar esse trabalho digital já é possível criar por meio de ferramentas tecnológicas, como mesas digitalizadoras e monitores interativos. Ao usar o conceito de “tinta digital”, além de auxiliar na sustentabilidade, os artistas já conseguem otimizar a jornada de digitalização das criações que serão comercializadas como NFTs.
E, por fim, as NFTs já estão em todos os lugares. Essa já é uma forma de auxiliar profissionais do mercado criativo e incentivar ainda mais o talento nacional. Acredito que esse ativo digital já é uma tendência que com certeza irá ganhar mais visibilidade e segurança no mercado criativo nos próximos anos.
*Thiago Tieri é Gerente de Marketing da Wacom no Brasil