A preocupação com o desenvolvimento econômico sustentável já se consolidou na sociedade como um todo. Para o agronegócio, a diretriz está presente em toda a cadeia, dentro e fora da porteira, com participação do mercado financeiro, do sistema de crédito e das seguradoras.
O avanço regulatório das práticas ESG no mundo corporativo impulsionou a criação de novas ferramentas de crédito para estimular empresas, indústrias e investidores a se aliarem a produtores rurais na busca por soluções que preservem o meio ambiente.
Devido às mudanças climáticas, que têm mobilizado governos e sociedades, a União Europeia anunciou o lançamento de títulos financeiros verdes emitidos pelo bloco a fim de captar recursos para projetos de sustentabilidade. No Brasil, a demanda por créditos de carbono pode alcançar até U$ 2 bilhões, de acordo com pesquisas BloombergNEF.
O agronegócio é capaz de criar caminhos sustentáveis e ampliar a cobertura de crédito no setor por meio de incentivos fiscais, certificação sustentável, fundos de investimento sustentável, estabelecimento de métricas e indicadores. No entanto, os investidores precisam estar atentos à qualidade dos projetos aos quais as ações sustentáveis estão atreladas.
Ainda segundo a BloombergNEF, após ter quase dobrado em 2021, a demanda global por crédito de carbono caiu 4% em 2022. O instituto aponta o amadurecimento dos compradores como razão para esta redução. Os investidores estão mais criteriosos sobre a eficácia dos projetos, além dos riscos de greenwashing. Por isso, é fundamental monitorar protocolos, resultados e investigar organizações com ferramentas como o Score ESG da Serasa Experian para evitar riscos reputacionais.
O mercado e os órgãos regulatórios devem pressionar cada vez mais por transparência e segurança, cobrando status dos indicadores ambientais definidos para os ativos, pois se os parâmetros não forem atendidos, podem ser desclassificados.
O terreno está preparado e a previsão é de clima bom para colher novos negócios, mas as decisões tomadas antes, durante e depois da produção é que vão determinar o sucesso da safra!
*Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian