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17/05/2023 às 14h20min - Atualizada em 18/05/2023 às 14h43min

No sertão, "latifúndio hídrico" concentra a pouca água que existe

Em entrevista ao Joio, pesquisador Diego Gadelha -- que cunhou o termo --, fala do histórico de injustiça hídrica no semiárido nordestino e de como essa desigualdade lançou as bases para a formação de polos exportadores de frutas

SALA DA NOTÍCIA Assessoria de Imprensa


Nos últimos anos, o Brasil vem batendo recordes na exportação de frutas. Em 2021, o agronegócio comemorou um faturamento de US$ 1,21 bilhão, 20% a mais que no ano anterior. O volume exportado também saltou em 18% na comparação com 2020, alcançado um total de 1,24 milhão de toneladas.

As frutas brasileiras que vão parar nas mesas mundo afora são majoritariamente produzidas em cidades do semiárido nordestino -- onde, historicamente, o cercamento das águas deu o tom político.

Durante a viagem que fizemos aos dois grandes polos de fruticultura de exportação do Brasil, ambos no semiárido nordestino, uma face até então oculta dessa produção ficou muito visível: a grande demanda por água. E como, dependendo de para onde se olha, na mesmíssima cidade, há fartura ou escassez de água, com a balança pendendo sempre em desfavor das populações locais. Você criou o conceito de latifúndio hídrico justamente para explicitar essa realidade. Poderia explicá-lo?

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