Lula também pediu mudanças na governança global, incluindo uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, para torná-lo mais representativo, na visão do presidente eleito.
Sobre os compromissos ambientais do novo governo, Lula destacou o combate ao garimpo ilegal e às invasões ilegais de reservas, com preservação das terras indígenas e unidades de conservação. "Vamos cuidar da questão climática, cuidar da Amazônia como patrimônio da humanidade", garantiu, mencionando da sugestão para que o Brasil realize a COP30, em 2025, na Região Amazônica.
Questionado por jornalistas sobre as contas públicas do novo governo, após oscilações no mercado financeiro por conta de medidas anunciadas pela equipe de transição - como a proposta para excluir o Bolsa Família da regra do teto de gastos - Lula enumerou feitos de seus dois mandatos anteriores (2003-2010) e disse que tem compromisso com os brasileiros, especialmente os mais pobres.
"Ao terminar o meu governo, a inflação estava 4,5%, a nossa dívida tinha caído de 60,5% para 37,7%, o Brasil tinha pago sua dívida com o FMI [o Fundo Monetário Internacional] e emprestado US$ 15 bilhões para o FMI. E o Brasil tinha feito uma reserva de US$ 370 bilhões, que é o que sustenta o Brasil até hoje. Ninguém tem autoridade pra falar em política fiscal comigo, porque durante todo o meu período de governo, eu fui único país do G20 que fiz superávit primário", sentenciou.
"Vou cuidar desse povo como ninguém jamais cuidou, vou voltar a fazer ele sorrir, aumentar salário mínimo todo ano e gerar emprego nesse país. Vamos voltar a ser responsáveis do ponto de vista fiscal sem precisar atender tudo o que o sistema financeiro quer. Eu fui eleito para cuidar de 215 milhões de brasileiros, sobretudo das pessoas mais necessitadas", acrescentou.
Após o giro internacional, o presidente eleito deve retomar a agenda da transição de governo na semana que vem, no Brasil, quando começa a analisar nomes para compor sua equipe ministerial.