Embora o governo tenha afrouxado na quarta-feira (7) partes importantes de sua rígida política sanitária de "covid-zero", que manteve a pandemia sob controle nos últimos três anos, muitas pessoas parecem ter medo de ser rápidas demais em se livrar das medidas.
"Eles afrouxaram as medidas, mas ainda não há ninguém por perto", disse um taxista de sobrenome Wang, que não quis revelar seu nome completo.
"Você vê essas estradas e ruas, deveriam estar ocupadas, cheias de gente. Mas não há ninguém. Está tudo morto aqui".
A China não tem estado tranquila nas últimas semanas, com protestos contra as restrições da covid-19 em muitas cidades, que marcaram a maior demonstração de descontentamento público desde que o presidente Xi Jinping chegou ao poder há uma década.
Pouco mais de um mês depois que a Comissão Nacional de Saúde enfatizou o compromisso com sua política rígida de contenção de vírus, dizendo que estava "colocando pessoas e vidas em primeiro lugar", as autoridades mudaram de rumo e agora dizem que as pessoas têm menos a temer.
Mas há sinais de que a nova mensagem tranquilizadora ainda precisa convencer muitos dos 1,4 bilhão de habitantes do país.
Com a diminuição da necessidade de testes e a maioria das pessoas infectadas podendo se isolar em casa, algumas adotaram as novas liberdades. Para outros, os hábitos formados durante meses de lockdowns estão se mostrando difíceis de quebrar.
No metrô de Pequim, muitos assentos estavam vazios na noite de sexta-feira (9) que deveria ser o horário de pico, embora a cidade nesta semana tenha descartado a necessidade de apresentar testes negativos para andar de trem ou entrar em escritórios.
Alguns restaurantes do centro estavam desertos na hora do almoço.
A contagem da China de 5.235 mortes relacionadas à covid-19 é uma pequena fração de sua população de 1,4 bilhão e extremamente baixa para os padrões globais. Alguns especialistas alertaram que a conta pode subir acima de 1,5 milhão se a reabertura for muito apressada.
Os fabricantes também permanecem cautelosos, mantendo as restrições da covid-19 até obterem uma imagem mais clara de como os locais de trabalho serão afetados pelo afrouxamento de medidas rigorosas.
Analistas e líderes empresariais esperam que a economia da China se recupere no final do próximo ano, seguindo o caminho difícil trilhado pelo resto do mundo para se abrir e tentar conviver com a doença.