Os Estados Unidos (EUA) têm compromisso de defender a ilha de Taiwan que a China reivindica como sua, disse o presidente norte-americano, Joe Biden, nessa quinta-feira (21). A Casa Branca informou que não houve mudança na política para a ilha.
"Sim, temos o compromisso de fazer isso", afirmou Biden em entrevista coletiva, quando indagado se os EUA iriam em defesa de Taiwan, que se queixa de uma pressão militar e política crescente de Pequim para aceitar a soberania chinesa.
Embora Washington seja obrigada por lei a garantir a Taiwan os meios para se defender, há tempos segue uma diretriz de "ambiguidade estratégica" quanto a uma intervenção militar para proteger a ilha no caso de um ataque chinês.
Em agosto, uma autoridade do governo Biden disse que a política norte-americana para a ilha não mudou depois que o presidente pareceu insinuar que os EUA a defenderiam se ela fosse atacada.
Um porta-voz da Casa Branca disse que, na entrevista coletiva, Biden não estava anunciando nenhuma alteração na abordagem e que "não há mudança na política", mas não quis comentar mais quando indagado se Biden se equivocou.
"O relacionamento de defesa dos EUA com Taiwan é guiado pela Lei de Relações com a ilha. Manteremos nosso compromisso de acordo com a lei, continuaremos a apoiar a legítima defesa de Taiwan e continuaremos a nos opor a quaisquer mudanças unilaterais do status quo", disse o porta-voz.
A China manifestou desagrado mesmo assim. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que o país não tem espaço para concessões em seus interesses centrais.
A China pede aos EUA que "não enviem os sinais errados às forças de independência de Taiwan para evitar prejudicar seriamente os laços sino-norte-americanos, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", disse o porta-voz Wang Wenbin em Pequim.
O gabinete presidencial taiwanês reiterou que sua posição continua a mesma, que é nem ceder à pressão, nem "avançar precipitadamente" quando recebe apoio.
Taiwan mostrará uma determinação firme para se defender, afirmou o porta-voz do gabinete presidencial, Xavier Chang, em comunicado, acrescentando que as ações concretas constantes do governo Biden mostram apoio "firme como uma rocha" à ilha.
Segundo Biden, as pessoas não deveriam se preocupar com o poder militar de Washington. "China, Rússia e o resto do mundo sabem que somos as Forças Armadas mais poderosas da história do mundo".
*Reportagem adicional de David Brunnstrom, Michelle Nichols, Gabriel Crossley e Ben Blanchard