Situada em uma espécie de ligação física entre o ocidente e o oriente, Dubai, nos Emirados Árabes, é considerada um hub (locais centrais) do comércio global. Apesar do idioma oficial ser o árabe, a cidade se comunica em inglês – nos mais diversos sotaques. Em meio a resorts e hotéis de luxo, vê-se, seguindo a tradição islâmica, homens de túnica branca e mulheres de manto preto e hijab (conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica), em mais uma prova de como oriente e ocidente se misturam.
Para o presidente da Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Augusto Pestana, a estratégia de empresários brasileiros deve ser a de internacionalizar seus produtos e investir na região. “Um grande país como o Brasil precisa estar presente no mundo inteiro, e Dubai é central. É um hub para o Oriente Médio, para o mundo árabe, para o sul da Ásia, para a Índia e para a África. Da mesma forma, o Brasil é, cada vez mais, um hub extremamente relevante. Então, é uma relação win-win [ganha-ganha].”
Durante a abertura do seminário Como fazer Negócios com os Emirados Árabes, em Dubai, Pestana fez uma adaptação do verso do poeta português Fernando Pessoa, "navegar é preciso", dizendo: "negociar é preciso. Internacionalizar é preciso”. Pestana referia-se à agenda da Expo 2020 como uma oportunidade para que a delegação de cerca de 300 empresários brasileiros na cidade troque experiências e conhecimento.
Ainda durante o encontro, Pestana citou dados do recém-lançado Mapa Bilateral entre Brasil e países do Conselho de Cooperação do Golfo. De acordo com o estudo, bastaria que o Brasil ampliasse 0,1 ponto percentual do seu share (participação) para que isso tivesse um significado de quase US$ 6 bilhões a mais na corrente comercial.
“É uma região que oferece oportunidades extraordinárias”, concluiu o presidente da Apex-Brasil, ao citar que o Brasil já figura como quinto maior parceiro comercial dos países que integram o conselho.
*A repórter viajou a convite da Apex-Brasil