Inquérito começou em março, após 2 ex-assessoras acusarem Andrew Cuomo de assediá-las no local de trabalho. Ao menos uma pessoa foi retaliada por reclamar da conduta do governador. Ele negou os casos. Presidente Biden defende a renúncia do colega democrata. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, durante entrevista coletiva em 10 de maio de 2021
Mary Altaffer/Pool via Reuters
O governador de Nova York, Andrew Cuomo, assediou sexualmente várias mulheres e violou leis federais e estaduais, afirmou a procuradora-geral do estado, Letitia James, nesta terça-feira (3). A investigação começou em março, após duas ex-assessoras acusarem o governador democrata de assediá-las no local de trabalho. Posteriormente, várias outras denúncias surgiram.
Cuomo fez um pronunciamento ao vivo em que afirmou que nunca tocou em ninguém de forma inapropriada e que nunca assediou ninguém. "Os fatos são muito diferentes do que está retratado naquele documento", disse (veja mais abaixo).
A investigação teve tamanha repercussão que o presidente americano, Joe Biden, antigo aliado de Cuomo, disse que o governador deveria deixar seu cargo. "Penso que ele deve renunciar", afirmou Biden a repórteres nesta terça.
Segundo a BBC, uma mulher chegou a formalizar uma reclamação contra Cuomo e sofreu retaliação do governador e da equipe. Outras mulheres descreveram outras ações: ele teria apalpado e beijado mulheres.
Ele também teria colocado a mão por baixo da blusa de uma funcionária e também deslizado o dedo pelo pescoço de uma policial que fazia sua proteção.
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"A investigação descobriu que o governador Andrew Cuomo assediou sexualmente atuais e ex-funcionárias do estado de Nova York, envolvendo-se em toques indesejados e não consensuais e fazendo vários comentários ofensivos", afirmou James.
Os investigadores ouviram 179 pessoas nos últimos cinco meses, incluindo mulheres que o denunciaram e funcionários e ex-funcionários do governo estadual.
A procuradora-geral de Nova York afirmou que o que se revelou foi um "local de trabalho tóxico" e um "clima de medo" no qual Cuomo assediou sexualmente várias mulheres, muitas delas jovens, com "apalpadas indesejadas, beijos, abraços e comentários inadequados".
Segundo James, Cuomo e sua equipe também retaliaram ao menos uma pessoa por reclamar da conduta do governador de Nova York, que até o momento não se pronunciou.
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A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, durante entrevista coletiva em seu escritório em 21 de maio de 2021
Richard Drew/AP
Resposta de Cuomo
Cuomo falou de dois casos específicos. Um deles é o de Charlotte Bennett, uma sobrevivente de violência sexual que, segundo ele, foi trabalhar no governo de Nova York por causa de avanços no combate ao assédio sexual.
O governador reconheceu que fez perguntas que ele não faria a qualquer um, mas, segundo ele, eram para tentar checar se ela estava recebendo apoio e se tinha relacionamentos saudáveis pq ele se preocupava com o histórico dela de assédios.
Além disso, ele também citou um caso em que teria apalpado uma mulher. Segundo ele, isso nunca aconteceu, e o caso está judicializado.
As outras acusações, disse ele, são gestos comuns do cotidiano. Cuomo diz que tenta criar conexões com as pessoas, mostrar como ele gosta deles e que agora entende que "há perspectivas culturais e geracionais que francamente eu não tinha conhecimento", disse ele (a experiência o ensinou, garantiu).
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Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/08/03/governador-de-ny-assediou-varias-mulheres-sexualmente-e-violou-leis-aponta-investigacao.ghtml